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EXPLOSÃO
Governo não descarta atentado
Mortos são mais de 100 no Congo
das agências internacionais
O governo do Congo decidiu
ontem investigar a possibilidade
de a explosão de sexta-feira, que
matou 101 pessoas no aeroporto
de Kinshasa, segundo informações oficiais, não ter sido um acidente, mas um atentado cometido por grupos separatistas, envolvidos na guerra civil.
As emissoras locais de rádio estimam que as vítimas poderão
eventualmente
chegar a 200,
embora o Instituto Médico
Legal da cidade
afirmasse ter
recebido até
ontem 50 cadáveres.
Segundo informações fornecidas pelos
hospitais da região, houve 216
feridos. Cerca de 80 estavam em
estado crítico.
Quatro aviões estacionados no
momento da explosão foram parcial ou totalmente destruídos. Explosões secundárias puderam ser
ouvidas por cerca de duas horas,
segundo uma rádio local.
O governo anunciou ontem que
os destroços já haviam sido removidos da pista, e que o aeroporto
já operava normalmente.
A torre de controle e os equipamentos que asseguram a navegação aérea não foram atingidos, segundo ainda a versão do governo.
Mas dois dos vôos internacionais que deveriam aterrissar ontem em Kinshasa, das companhias Sabena e Swissair, foram
cancelados.
"Não descartamos nenhuma hipótese e acreditamos que a possibilidade de um atentado deve ser
vista com seriedade", disse Didier
Mumengi, porta-voz do presidente Laurent Kabila, em entrevista à
emissora Radio France Internationale.
Kabila, que em 1998 derrubou a
ditadura Mobutu Sese Seko e pôs
fim a um dos
regimes mais
corruptos e
sanguinários
da África, enfrenta grupos
rebeldes que
controlam amplas parcelas
ao norte e leste
do país. O
Congo é uma
ex-colônia belga que se chamava Zaire durante o regime deposto.
A primeira versão do acidente,
divulgada sábado, dava conta que
um incêndio num almoxarifado
havia atingido um avião cargueiro estacionado nas proximidades
e que estava carregado de armas e
munições, o que teria provocado
sucessivas explosões.
O governo diz agora acreditar
que o incêndio possa ter sido um
ato de sabotagem.
A embaixada da Bélgica informou que três médicos foram enviados de Bruxelas ao Congo para
participar do tratamento dos sobreviventes.
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