São Paulo, segunda-feira, 17 de abril de 2000


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EXPLOSÃO
Governo não descarta atentado
Mortos são mais de 100 no Congo

das agências internacionais

O governo do Congo decidiu ontem investigar a possibilidade de a explosão de sexta-feira, que matou 101 pessoas no aeroporto de Kinshasa, segundo informações oficiais, não ter sido um acidente, mas um atentado cometido por grupos separatistas, envolvidos na guerra civil.
As emissoras locais de rádio estimam que as vítimas poderão eventualmente chegar a 200, embora o Instituto Médico Legal da cidade afirmasse ter recebido até ontem 50 cadáveres.
Segundo informações fornecidas pelos hospitais da região, houve 216 feridos. Cerca de 80 estavam em estado crítico.
Quatro aviões estacionados no momento da explosão foram parcial ou totalmente destruídos. Explosões secundárias puderam ser ouvidas por cerca de duas horas, segundo uma rádio local.
O governo anunciou ontem que os destroços já haviam sido removidos da pista, e que o aeroporto já operava normalmente.
A torre de controle e os equipamentos que asseguram a navegação aérea não foram atingidos, segundo ainda a versão do governo.
Mas dois dos vôos internacionais que deveriam aterrissar ontem em Kinshasa, das companhias Sabena e Swissair, foram cancelados.
"Não descartamos nenhuma hipótese e acreditamos que a possibilidade de um atentado deve ser vista com seriedade", disse Didier Mumengi, porta-voz do presidente Laurent Kabila, em entrevista à emissora Radio France Internationale.
Kabila, que em 1998 derrubou a ditadura Mobutu Sese Seko e pôs fim a um dos regimes mais corruptos e sanguinários da África, enfrenta grupos rebeldes que controlam amplas parcelas ao norte e leste do país. O Congo é uma ex-colônia belga que se chamava Zaire durante o regime deposto.
A primeira versão do acidente, divulgada sábado, dava conta que um incêndio num almoxarifado havia atingido um avião cargueiro estacionado nas proximidades e que estava carregado de armas e munições, o que teria provocado sucessivas explosões.
O governo diz agora acreditar que o incêndio possa ter sido um ato de sabotagem.
A embaixada da Bélgica informou que três médicos foram enviados de Bruxelas ao Congo para participar do tratamento dos sobreviventes.


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