São Paulo, segunda-feira, 17 de abril de 2000


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DIPLOMACIA
Presidente em exercício russo escolhe Londres para se desvincular de seu antecessor, Boris Ieltsin
Putin faz primeira visita ao Ocidente

das agências internacionais

O presidente em exercício da Rússia, Vladimir Putin, chegou ontem a Londres, para sua primeira visita oficial ao Ocidente desde que venceu as eleições presidenciais no mês passado.
A agenda de Putin prevê para hoje uma reunião oficial com o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e um encontro informal com a rainha Elizabeth 2ª.
O principal objetivo da visita deve ser fortalecer os laços da Rússia com o Ocidente, fragilizados pela guerra na Tchetchênia. Blair deve mencionar o assunto durante sua reunião com Putin, reiterando a preocupação ocidental em relação ao conflito.
Ao escolher Londres, Putin tenta se desvincular da política de seu predecessor, Boris Ieltsin, que privilegiava as boas relações russas com a França e a Alemanha.
O Reino Unido é um forte aliado dos EUA, e Putin falou por telefone com o presidente Bill Clinton anteontem. Eles concordaram em se encontrar antes da cúpula do G-8 (grupo que reúne os sete países mais industrializados e a Rússia), que ocorrerá em Okinawa, no Japão, em julho.
Clinton aproveitou a oportunidade para felicitar Putin pela ratificação do Start-2 -tratado de redução de armas nucleares selado entre a Rússia e os EUA.
Antes de chegar ao Reino Unido, o premiê russo passou pela ex-república soviética Belarus. Sua rápida visita ao país vizinho, onde se reuniu com o presidente Alexander Lukashenko, foi marcada por discussões sobre uma possível união entre os países.
Putin afirmou que, antes que o tratado de união assinado no ano passado possa entrar em vigor, os problemas econômicos dos dois países devem ser solucionados. E acrescentou que a criação de uma verdadeira união entre eles será um processo demorado.
"O que estamos fazendo, construindo um Estado unido, é uma tarefa de proporções grandiosas, e devemos evitar toda forma de precipitação. Devemos, portanto, agir com muita calma", disse.
Belarus, país que é tratado como pária pela comunidade internacional em razão de abusos aos direitos humanos, tem se mostrado mais interessado que Moscou no plano de união.
A última versão do tratado, que não dá detalhes precisos de como a fusão deve ocorrer, foi assinada em dezembro do ano passado por Lukashenko e Ieltsin.
Antes de voltar a Moscou, Putin deverá passar pela Ucrânia, em mais um capítulo de sua política de cooperação com os países do extinto bloco soviético.
Porém os laços com a Ucrânia não são tão bons como com Belarus, pois o presidente Leonid Kuchma tem tentado se aproximar do Ocidente, para diminuir a influência russa na região.


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