São Paulo, sexta-feira, 17 de maio de 2002

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IGREJA

Para Vaticano, ele fica "enquanto Deus lhe der forças"

Papa terá "coragem" de renunciar caso sua saúde piore, diz cardeal

DA REDAÇÃO

Um cardeal hondurenho disse ontem acreditar que o papa João Paulo 2º teria a "coragem" de renunciar a seu cargo no futuro caso sentisse que sua saúde não lhe permitiria mais cumprir com suas responsabilidades.
"O papa sente a responsabilidade de seu ministério e, no dia em que sentir que não pode mais continuar, vai renunciar", afirmou o cardeal Oscar Rodriguez Maradiaga. "Acho que ele teria a coragem de se aposentar caso problemas de saúde o proibissem de realizar seu ministério."
Rodriguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa, estava respondendo a uma pergunta de um repórter em um cerimônia em que recebeu um título honorário de uma universidade em Roma.
O papa, que completa 82 anos amanhã, diz anteontem que queria o apoio dos fiéis para "dar continuidade com lealdade ao ministério que foi dado pelo Senhor".
Ele recebeu ontem o presidente do Chile, Ricardo Lagos Escobar, e quatro bispos equatorianos.
Repórteres que participaram da audiência com o presidente chileno disseram que João Paulo 2º parecia estar em boa forma.
Os cardeais alemães Joseph Ratzinger e Karl Lehmann já fizeram declarações semelhantes às de Rodriguez Maradiaga.
"Se o papa perceber que não pode continuar, seguramente renunciará", disse Ratzinger ao semanário católico "Muenchner Kirchenseitung" recentemente.
O porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro-Valls, afirmou ontem que o pontífice continuará à frente da Igreja Católica "enquanto Deus lhe der força".
"Não li as declarações dos cardeais [Rodriguez Maradiaga e Ratzinger". A única coisa que posso fazer é repetir o que o papa disse ontem [anteontem" durante sua audiência geral", disse.
Navarro-Valls afirmou ainda que João Paulo 2º deve visitar a Croácia em setembro e pode ir a outros países depois disso.
Na próxima semana, o pontífice deve retomar suas viagens internacionais após uma pausa de oito meses. Ele irá ao Azerbaijão e à Bulgária e tem viagens marcadas para julho (Canadá, Guatemala e México) e agosto (Polônia).
Sua saúde tem piorado desde o início da década de 90, quando sintomas do mal de Parkinson começaram a aparecer. Ele teve um tumor no cólon removido em 1992, deslocou o ombro em 1993 e quebrou o fêmur em 1994.


Com agências internacionais


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