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"Meu filho é
inocente", diz
mãe do rapaz
DA REDAÇÃO
Afra França Pinheiro, 47,
funcionária pública da Prefeitura de São Gabriel da Cachoeira, no Estado do Amazonas, viu seu filho João
França Pinheiro pela última
vez em maio de 2000, quando ele deixou sua casa para
procurar emprego do outro
lado da fronteira entre Brasil
e Colômbia.
O único contato que ainda
mantêm é um telefonema
semanal de até cinco minutos. Essa situação poderá durar pelo menos mais seis meses, o tempo estimado para o
processo de investigação sobre o rapaz.
"Não vai dar para aguentar
seis meses. Se tiver de esperar seis meses, vai morrer.
Está doente, com gastrite e
problemas na vista", diz a
viúva, de quem Pinheiro é o
segundo de seis filhos (três
homens e três mulheres).
"Os guerrilheiros o pegaram
e o amarraram. Ele tinha de
escolher entre a vida na
guerrilha ou a morte. É injusto. Meu filho é inocente."
Por telefone, no começo de
abril, Pinheiro contou à mãe
sua versão sobre como foi
parar na guerrilha colombiana. O rapaz lhe relatou
que trabalhava como mergulhador numa balsa de garimpo de um colombiano
que não lhe pagou. "O patrão disse que queria uma
reunião com os brasileiros.
Como os outros sabiam [que
era uma armadilha", foram
embora. Ele ficou para receber o dinheiro."
Pinheiro estava no garimpo havia um mês quando supostamente foi sequestrado
pelos rebeldes. Não contou à
mãe, porém, quais eram
suas tarefas na guerrilha.
"Disse que ficava às ordens
dos guerrilheiros, mas não
falou o que fazia."
Segundo o que disse à mãe,
Pinheiro fugiu um ano após
o suposto sequestro. "Foi
quando o Exército o prendeu", conta Afra. Ela diz que
"já sabia que a guerrilha é
uma coisa ruim".
Afra afirma que não pode
pagar um advogado particular na Colômbia, o que lhe
custaria cerca de US$ 1.700.
Para conseguir a libertação
do filho, diz que pretende inclusive escrever para o presidente Fernando Henrique
Cardoso.
(RPM)
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