UOL


São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Manifesto rechaça designação divina de líder supremo

DA ASSOCIATED PRESS

Mais de 250 intelectuais iranianos se uniram aos protestos estudantis por democracia e pediram em uma carta ao líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, que ele ouça a população em vez de autodesignar-se representante de Deus na Terra.
A carta, publicada ontem pelo jornal reformista "Yas-e-nou", é o primeiro sinal de apoio de outros setores da população iraniana aos protestos estudantis, que vêm ocorrendo há uma semana.
"Aceitar indivíduos que se colocam na posição de uma divindade com poder absoluto... é politeísmo, em clara opressão da dignidade humana", diz o texto. "O povo e os legisladores que ele escolheu têm o direito de supervisionar seus governantes, criticá-los e removê-los do poder, se não estiverem satisfeitos." Khamenei substituiu o aiatolá Khomeini como líder supremo em 1989, após a morte do mentor da Revolução Islâmica de 1979.
Entre os signatários, está Hashem Aghajari, professor universitário condenado à morte em 2002 sob a acusação de insultar o islã. A sentença foi revogada em fevereiro, mas ele segue preso.
A carta também elogia um outro documento, escrito por 127 legisladores para Khamenei no mês passado, que pede ao líder supremo que aceite as reformas "antes que todo o sistema, a independência e a integridade territorial do país sejam prejudicados", em uma clara alusão à invasão do vizinho Iraque pela coalizão anglo-americana em março.


Texto Anterior: Irã na mira: UE, Rússia e ONU reforçam pressão sobre Irã
Próximo Texto: UE admite força para enfrentar armas proibidas
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.