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São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2003

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DIREITOS HUMANOS

Edna Roland acompanhará a implantação de políticas específicas a grupos vítimas de discriminação na AL

Brasileira vai monitorar racismo para ONU

FABIANO MAISONNAVE
DA REDAÇÃO

A psicóloga brasileira Edna Roland está entre os cinco monitores nomeados ontem pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, para acompanhar o cumprimento de políticas de combate ao racismo e à discriminação.
Militante histórica do movimento negro, Roland foi a relatora-geral da 3ª Conferência da ONU contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e a Intolerância Correlata, ocorrido, em Durban, na África do Sul, no início de setembro de 2001.
O encontro foi marcado pela saída dos EUA e de Israel em protesto contra as discussões sobre o Oriente Médio e acabou ofuscado pelos atentados contra Washington e Nova York, que ocorreram logo após o fim do evento.
Segundo Roland, a criação dos cargos de monitores -cujo nome oficial é "especialistas eminentes"- já estava prevista pelo texto final da conferência.
Além da brasileira, foram nomeados o ex-presidente da Finlândia Martti Ahtisaari, o príncipe da Jordânia El Hassan bin Talal, o ex-presidente da Organização da União Africana e ex-presidente da Assembléia Geral da ONU, Salim Ahmed Salim (Tanzânia), e o ex-primeiro-ministro da Polônia Hanna Suchocka.
A função de cada um deles é acompanhar, nos países que assinaram o documento final, a implantação de políticas específicas a grupos que têm historicamente sofrido racismo e discriminação racial. Roland será a encarregada para a América Latina e o Caribe.
O grupo estará subordinado ao Alto Comissariado para Direitos Humanos da ONU, atualmente dirigido pelo brasileiro Sérgio Vieira de Mello, 55.
De acordo com Roland, até o final do ano, será feita uma reunião com todos os monitores para a elaboração de um plano de trabalho. A data ainda não foi definida.

Perfil
Antes de ser a relatora-geral da Conferência contra o Racismo, Roland era mais conhecida por sua atuação à frente da Fala, Preta!, ONG dirigida a mulheres negras. Durante o regime militar, participou do grupo marxista Polop (Política Operária) em Minas Gerais e viveu cinco anos na clandestinidade. Roland não revela a sua idade. Segundo o site da ONU, ela nasceu em 1951.
Há três semanas, trabalha na representação da Unesco como coordenadora de combate ao racismo e à discriminação racial para a América Latina e o Caribe. Ela disse que acumulará as funções.


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