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DIREITOS HUMANOS
Edna Roland acompanhará a implantação de políticas específicas a grupos vítimas de discriminação na AL
Brasileira vai monitorar racismo para ONU
FABIANO MAISONNAVE
DA REDAÇÃO
A psicóloga brasileira Edna Roland está entre os cinco monitores
nomeados ontem pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, para
acompanhar o cumprimento de
políticas de combate ao racismo e
à discriminação.
Militante histórica do movimento negro, Roland foi a relatora-geral da 3ª Conferência da
ONU contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e a
Intolerância Correlata, ocorrido,
em Durban, na África do Sul, no
início de setembro de 2001.
O encontro foi marcado pela
saída dos EUA e de Israel em protesto contra as discussões sobre o
Oriente Médio e acabou ofuscado
pelos atentados contra Washington e Nova York, que ocorreram
logo após o fim do evento.
Segundo Roland, a criação dos
cargos de monitores -cujo nome oficial é "especialistas eminentes"- já estava prevista pelo
texto final da conferência.
Além da brasileira, foram nomeados o ex-presidente da Finlândia Martti Ahtisaari, o príncipe da Jordânia El Hassan bin Talal, o ex-presidente da Organização da União Africana e ex-presidente da Assembléia Geral da
ONU, Salim Ahmed Salim (Tanzânia), e o ex-primeiro-ministro
da Polônia Hanna Suchocka.
A função de cada um deles é
acompanhar, nos países que assinaram o documento final, a implantação de políticas específicas
a grupos que têm historicamente
sofrido racismo e discriminação
racial. Roland será a encarregada
para a América Latina e o Caribe.
O grupo estará subordinado ao
Alto Comissariado para Direitos
Humanos da ONU, atualmente
dirigido pelo brasileiro Sérgio
Vieira de Mello, 55.
De acordo com Roland, até o final do ano, será feita uma reunião
com todos os monitores para a
elaboração de um plano de trabalho. A data ainda não foi definida.
Perfil
Antes de ser a relatora-geral da
Conferência contra o Racismo,
Roland era mais conhecida por
sua atuação à frente da Fala, Preta!, ONG dirigida a mulheres negras. Durante o regime militar,
participou do grupo marxista Polop (Política Operária) em Minas
Gerais e viveu cinco anos na clandestinidade. Roland não revela a
sua idade. Segundo o site da
ONU, ela nasceu em 1951.
Há três semanas, trabalha na representação da Unesco como
coordenadora de combate ao racismo e à discriminação racial para a América Latina e o Caribe. Ela
disse que acumulará as funções.
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