São Paulo, Sábado, 17 de Julho de 1999
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CRISE NO IRÃ
Teerã segue sob forte vigilância para coibir novos protestos
Aiatolá pede que facções respeitem "limites" para evitar distúrbios

das agências internacionais

As facções reformista e conservadora da liderança iraniana, unidas pelo seu apoio ao regime islâmico, devem aceitar os limites do debate político para evitar a repetição dos distúrbios civis desta semana, disse ontem em Teerã o aiatolá Hasan Taheri-Khorramabadi.
Segundo o líder religioso, os principais grupos apóiam o regime teocrático, mas deixaram suas diferenças sair de controle, culminando nos seis dias de protestos pró-democracia em várias cidades do país, os mais violentos desde a Revolução Islâmica de 1979.
"Estou pedindo a todas as figuras importantes das facções políticas que estabeleçam uma linha vermelha para que, havendo desavenças, não sejam violados o caráter sagrado do sistema e o ardor revolucionário", disse o aiatolá. "Todos nós acreditamos no poder clerical supremo e no líder (supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, conservador). Devemos criar limites para que a essência da revolução não seja abalada."
Analistas afirmam que foi a violação de um desses limites -por estudantes que desafiaram Khamenei- que causou a violenta reação conservadora.
A segurança seguiu reforçada ontem em Teerã. O ministro do Interior, Abdolvahed Mousavi-Lari, aliado do presidente reformista, Mohamad Khatami, disse que é pouco provável que sejam concedidas autorizações para novos atos e que não recebeu nenhum pedido, apesar de alguns grupos de estudantes terem afirmado que pretendem retomar os protestos hoje.


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