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São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 2003

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Cardeais brasileiros elogiam papa

DO ENVIADO ESPECIAL

Os cardeais e os bispos brasileiros que estão participando das celebrações do 25º aniversário deste pontificado elogiaram João Paulo 2º e ressaltaram sua atuação em prol da paz. O papa esteve quatro vezes no Brasil em seu pontificado, o quarto mais longo da história da igreja até aqui.
"Que Deus o conserve, que Deus o recompense! Foi um pontificado muito rico. Ressaltaria um aspecto entre muitos tão importantes. Ele é aquele que procurou promover a paz, é um homem que passou todo o tempo chamando a atenção do mundo para a paz. Só isso interessa", disse o cardeal Geraldo Majella Agnelo, arcebispo de Salvador e presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
"Ele esteve sempre em toda a parte, nos momentos mais difíceis." Sobre como os brasileiros vêem o papa, d. Geraldo afirmou: "Ele é o João de Deus, como nosso povo o chamou com tanto carinho. A igreja do Brasil quer muito ao Santo Padre".
Na opinião do cardeal Cláudio Hummes, arcebispo de São Paulo, "ele é um dos maiores papas que a igreja já teve nesses 2.000 anos. Não apenas para a igreja, mas também para o mundo. É o papa da paz, dos direitos humanos, da dignidade humana. É um homem que acredita muito no homem e proclamou Jesus Cristo de uma forma muito viva, concreta. É o papa da solidariedade para com os trabalhadores, com os pobres. É o papa dos jovens".
"Tem um carisma extraordinário, uma sabedoria pastoral e uma maturidade espiritual muito grandes. É um privilégio para a igreja e para o mundo todo tê-lo como papa neste momento."
De acordo com o cardeal Serafim Fernandes de Araújo, arcebispo de Belo Horizonte, "o papa nos deu uma igreja viva, dos pobres, uma igreja em busca da santidade e em busca da paz. Há dois papas na história da igreja que se chamam Magno, Leão e Gregório. Acredito que esse papa vai merecer da história ser chamado João Paulo 2º, o Magno".
O cardeal Eugênio de Araújo Sales disse que os 25 anos do pontificado significam "a vitória de Cristo, a vitória do Evangelho, algo extraordinário. O papa, falando com dificuldade, cumpre uma grande missão. Fortalecer o Evangelho e continuar o caminho de salvação. Agradeçamos a Deus a presença de João Paulo 2º, mesmo em uma cadeira de rodas". Para ele, "é um privilégio ser amigo do papa, um grande homem para o mundo todo".
Dos cardeais brasileiros, apenas d. Paulo Evaristo Arns e d. Aloísio Lorscheider não vieram a Roma por recomendação médica.
Na opinião de d. Raymundo Damasceno Assis, bispo-auxiliar de Brasília e ex-secretário-geral da CNBB, "este é um papa que fez muitas viagens internacionais, mais de cem. Ninguém mais do que ele teve contato com as igrejas. A outra característica é que ele é o papa que mais presidiu sínodos e mais canonizou e beatificou. É o primeiro papa eslavo e o primeiro não-italiano em mais de 450 anos".
E prosseguiu: "Foi um dos grandes protagonistas da promoção da grande Europa. E promoveu a unidade da América também. Ele usou a expressão sínodo da América, não das Américas".

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