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MUNDO ISLÂMICO
Declarações feitas ante chefes de governo de países islâmicos são criticadas por fomentar anti-semitismo
Premiê malaio pede união muçulmana contra judeus
DA REDAÇÃO
O premiê da Malásia, Mahathir
Mohamad, disse ontem na Organização da Conferência Islâmica
que os muçulmanos deveriam se
unir para combater a "dominação
dos judeus sobre o mundo".
Líderes judaicos e Israel criticaram o premiê, afirmando que as
suas declarações podem disseminar o anti-semitismo e provocar
ações violentas contra judeus. O
governo alemão divulgou nota
oficial afirmando que as declarações feitas por Mahathir "são totalmente inaceitáveis".
Os muçulmanos, segundo Mahathir, não deveriam usar a violência para atingir esse objetivo.
Mas, para o premiê, os muçulmanos têm sido inábeis para responder ao que ele chama de "dominação judaica sobre o mundo".
"Os europeus mataram 6 milhões de um total de 12 milhões de
judeus. Mas hoje os judeus governam o mundo por procuração.
Eles têm outros para lutar e morrer por eles", disse Mahathir, que
é o anfitrião da OCI.
"Nós estamos lutando contra
um povo que pensa. Eles sobreviveram a 2.000 anos aos pogrons
sem revidar a ataques. Mas pensando", afirmou ontem Mahathir,
que deixará o poder no dia 31,
após 22 anos.
"Por mais de meio século nós
estamos lutando na Palestina. E o
que conseguimos? Nada. Estamos
piores do que antes. Se tivéssemos
parado para pensar, então poderíamos ter elaborado um plano,
uma estratégia que nos levasse à
vitória", acrescentou.
O premiê disse ainda que os judeus inventaram "o socialismo, o
comunismo, os direitos humanos
e a democracia" para evitar a perseguição e ganhar o controle sobre os mais poderosos países.
Após as suas declarações, Mahathir foi aplaudido pelos líderes
islâmicos presentes, entre eles o
chanceler egípcio Ahmed Maher,
que classificou a estratégia de
"muito importante". O Egito
mantém relações com Israel. O
presidente afegão, Hamid Karzai,
aliado incondicional dos EUA, foi
outro que elogiou as declarações.
Em Israel, um porta-voz da
Chancelaria expressou desapontamento com Mahathir. "As declarações poderiam ser mais moderadas e responsáveis", disse.
O rabino Abraham Cooper, do
Centro Simon Wiesenthal em Los
Angeles, afirmou: "O que é mais
chocante é o local das declarações,
a audiência e o momento. É um
convite para mais crimes odiosos
e terrorismo contra os judeus."
Com agências internacionais
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