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Brasil e Argentina enviam missão para negociar
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BUENOS AIRES
Brasil e Argentina enviam hoje
para La Paz uma missão destinada a observar e dialogar com o governo boliviano e com a oposição
a respeito da crise institucional vivida no país sul-americano.
O chanceler do Brasil, Celso
Amorim, cogitou ontem a possibilidade de esse grupo, integrado
pelo subsecretário de Política Latino-americana, Eduardo Sguiglia, representando a Argentina, e
o assessor especial de Política Exterior da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, representando o Brasil, tornar-se futuramente um grupo oficial de intermediação na Bolívia.
Os presidentes do Brasil, Luiz
Inácio Lula da Silva, e da Argentina, Néstor Kirchner, divulgaram
nota em que dizem ter "preocupação com a grave crise que padece o país vizinho".
Questionado pela Agência Folha se tal atitude está sendo fomentada pelo próprio presidente
da Bolívia, Gonzalo Sánchez de
Lozada, Amorim se limitou a dizer que a idéia da missão "foi bem
recebida" pelo governo boliviano.
Segundo Amorim, Sánchez de
Lozada telefonou para Lula, e outros contatos foram feitos com
autoridades bolivianas -o que,
segundo ele, deve ter ocorrido
também com a Argentina.
"Qualquer solução só pode surgir de forma negociada e pacífica.
São importantes o cumprimento
da lei e o diálogo. Há um reconhecimento de que a Bolívia tem um
governo legitimamente eleito.
Mas, evidentemente, há uma situação de inquietação forte na Bolívia", disse Amorim.
A respeito das negociações para
a Alca, Amorim afirmou que dizer estarem o Brasil e a Argentina
isolados é o mesmo que falar sobre um hipotético isolamento de
Índia e China na Ásia. Ou seja,
trata-se dos países mais importantes do continente.
A afinidade externa entre brasileiros e argentinos foi ilustrada
por Amorim com um anúncio: se
o Brasil ocupar uma vaga no Conselho de Segurança da ONU, convidará um diplomata argentino
para fazer parte da delegação.
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