São Paulo, segunda-feira, 17 de outubro de 2005

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A MULHER AO LADO

Livro mostra ambição política da primeira-dama argentina

Biografia desvenda a "Sra. K."

Reuters/6.set.2005
Néstor e Cristina Kirchner em evento de campanha da primeira-dama ao Senado da capital


MAELI PRADO
DE BUENOS AIRES

Do início do namoro com o hoje presidente argentino, Néstor Kirchner, à admiração irrestrita pela senadora americana Hillary Clinton, passando pela obsessão pela estética, seus tempos de militante da juventude peronista e sua temporada de um mês na prisão no governo de Isabel Perón (1974-1976).
Pela segunda vez, a jornalista argentina Olga Wornat escreve a biografia de uma primeira-dama da América Latina: após um polêmico livro sobre Marta Sahagún, mulher do presidente mexicano, Vicent Fox, enfoca a vida de Cristina Kirchner, da Argentina, com quem fez mais de 20 entrevistas para escrever "Reina Cristina", ainda não lançado.
A revista argentina "Notícias" adiantou, na sua última edição, fragmentos do livro, onde abundam referências em primeira pessoa de Wornat, que conhece o casal presidencial dos tempos em que ambos estudavam direito na Universidade de La Plata.
A jornalista ouviu cerca de 100 pessoas para escrever a biografia da primeira-dama, como Raúl Cafferata, que foi namorado de Cristina até o momento em que ela conheceu o atual presidente.
Segundo a revista, o livro traz um relato de Cristina da primeira vez que esteve "muito tempo" a sós com Kirchner, em setembro de 1974. O atual presidente argentino estava bêbado na ocasião, contou ela a Wornat.
A biografia aborda, ainda, a admiração de Cristina, candidata a senadora pela província de Buenos Aires nas eleições que ocorrem no próximo domingo na Argentina, pela ex-primeira dama Hillary Clinton. "[Cristina] confessou, entusiasmada, que se Hillary se lançasse como candidata à presidência dos Estados Unidos "deixo tudo e vou fazer campanha por ela'", diz.
"Reina Cristina" fala também da forte personalidade de Cristina e de suas discussões com militantes da juventude peronista. E de um momento que era desconhecido até agora: o casal presidencial ficou detido um mês em 1976 para "averiguação de antecedentes" durante o violente regime de Isabel Perón.
O livro toca em outro ponto polêmico: a candidatura de Cristina à presidência, possivelmente em 2011. "Por que não? Eles [o casal presidencial] chegaram para ficar, não para voltar a Santa Cruz depois de planejar vinte anos chegar na [Casa] Rosada".


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