|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
A MULHER AO LADO
Livro mostra ambição política da primeira-dama argentina
Biografia desvenda a "Sra. K."
Reuters/6.set.2005
|
Néstor e Cristina Kirchner em evento de campanha da primeira-dama ao Senado da capital |
MAELI PRADO
DE BUENOS AIRES
Do início do namoro com o
hoje presidente argentino, Néstor Kirchner, à admiração irrestrita pela senadora americana
Hillary Clinton, passando pela
obsessão pela estética, seus tempos de militante da juventude
peronista e sua temporada de
um mês na prisão no governo de
Isabel Perón (1974-1976).
Pela segunda vez, a jornalista
argentina Olga Wornat escreve a
biografia de uma primeira-dama
da América Latina: após um polêmico livro sobre Marta Sahagún, mulher do presidente mexicano, Vicent Fox, enfoca a vida
de Cristina Kirchner, da Argentina, com quem fez mais de 20 entrevistas para escrever "Reina
Cristina", ainda não lançado.
A revista argentina "Notícias"
adiantou, na sua última edição,
fragmentos do livro, onde abundam referências em primeira
pessoa de Wornat, que conhece
o casal presidencial dos tempos
em que ambos estudavam direito na Universidade de La Plata.
A jornalista ouviu cerca de 100
pessoas para escrever a biografia
da primeira-dama, como Raúl
Cafferata, que foi namorado de
Cristina até o momento em que
ela conheceu o atual presidente.
Segundo a revista, o livro traz
um relato de Cristina da primeira vez que esteve "muito tempo"
a sós com Kirchner, em setembro de 1974. O atual presidente
argentino estava bêbado na ocasião, contou ela a Wornat.
A biografia aborda, ainda, a
admiração de Cristina, candidata a senadora pela província de
Buenos Aires nas eleições que
ocorrem no próximo domingo
na Argentina, pela ex-primeira
dama Hillary Clinton. "[Cristina] confessou, entusiasmada,
que se Hillary se lançasse como
candidata à presidência dos Estados Unidos "deixo tudo e vou
fazer campanha por ela'", diz.
"Reina Cristina" fala também
da forte personalidade de Cristina e de suas discussões com militantes da juventude peronista. E
de um momento que era desconhecido até agora: o casal presidencial ficou detido um mês em
1976 para "averiguação de antecedentes" durante o violente regime de Isabel Perón.
O livro toca em outro ponto
polêmico: a candidatura de Cristina à presidência, possivelmente em 2011. "Por que não? Eles [o
casal presidencial] chegaram para ficar, não para voltar a Santa
Cruz depois de planejar vinte
anos chegar na [Casa] Rosada".
Texto Anterior: América Latina: Chávez defende "eixo" com Argentina e Brasil Próximo Texto: Mídia: "NYT" reconhece ter falhado no caso da repórter Judith Miller Índice
|