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Geração atual enfraquece guerras culturais
EM CAMBRIDGE (EUA)
Um dos principais fatores
a pesar para a dissipação das
guerras culturais nos EUA,
além da economia, é a mudança geracional.
Analistas dizem e pesquisas mostram que a geração X
(nascida do meio dos anos 60
até o fim dos 70) e a geração
do milênio (nascida a partir
dos anos 80) são menos preocupadas e mais progressistas
em relação a temas como
aborto e casamento gay.
"Essa é uma questão muito dos baby-boomers. Porque
foi essa geração, em particular, que pensou em raça, feminismo, aborto e direitos
gays" afirma a professora
Elaine Kamarck, de Harvard.
"Conforme a geração mais
jovem passa a predominar,
esses temas perdem força.
Por isso que você está vendo
menos ênfase desta vez, porque os republicanos que lucravam com esses assuntos
não têm mais tanta certeza
de que lucrarão."
Uma pesquisa do Gallup
feita em 2009 mostra que, enquanto a aprovação do casamento gay era de 59% entre
americanos de até 29 anos, só
37% dos que têm entre 50 e
64 anos e 32% dos com mais
de 65 aceitavam a união.
Os temas culturais continuam, no entanto, dividindo
claramente o eleitorado.
O mesmo Gallup aferiu em
maio que 51% dos que se dizem democratas acham o
aborto moralmente aceitável
(contra 26% dos republicanos) e 61% aceitam o homossexualismo (contra 35% dos
republicanos).
Os mais jovens também
costumam preferir os democratas na proporção de 2 para
1, segundo pesquisas para o
livro "Millenial Makeover",
de Morley Winograd e Michael Hais. Mas, nas últimas
eleições de meio de mandato, apenas 26% deles votaram, contra pouco mais de
50% dos demais.
Na ocasião, e na reeleição
de Bush em 2004, o Partido
Republicano conseguiu mobilizar o eleitorado conservador e mais velho com a promoção de uma série de referendos que tratava desses temas em mais de 30 Estados.
Agora, o mobilizador é a raiva da economia.
(LC)
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