São Paulo, quinta-feira, 17 de novembro de 2005

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EUA

Repórter do "Washington Post" contou que foi informado sobre identidade da agente Valerie Plame em junho de 2003

Woodward soube antes sobre espiã da CIA

DO "NEW YORK TIMES"

O "Washington Post" revelou ontem que seu conhecido repórter Bob Woodward soube por um assessor da Casa Branca que Valerie Plame era agente da CIA, um mês antes que a identidade dela fosse tornada pública, em junho de 2003.
Woodward, que pediu desculpas à direção de seu jornal por não tê-la informado sobre o episódio, foi interrogado segunda-feira pelo promotor que há dois anos investiga o caso, Patrick Fitzgerald.
O "Post" informou na sua edição de ontem que Woodward contou a Fitzgerald sobre conversa que teve, em 2003, com um membro de alto escalão do governo acerca do cargo da agente Plame na CIA, praticamente um mês antes de sua identidade ser revelada. Assim, Bob Woodward, que investigou o caso Watergate, o qual acabou na renúncia do presidente Richard Nixon, nos anos 70, foi o primeiro repórter a saber da identidade de Valerie Plame por meio de alguém de dentro da Casa Branca.
A revelação feita por Bob Woodward acrescenta um novo elemento e pode complicar um caso que já provocou a renúncia de Lewis Libby, ex-chefe-de-gabinete do vice-presidente dos EUA, Dick Cheney.
O testemunho do jornalista do "Post" também constitui uma nova fonte para as investigações do procurador Patrick Fitzgerald, e aparentemente reordena a cronologia que até agora se conhecia sobre as conversas entre jornalistas e membros do governo Bush acerca da identidade da agente Plame.
O "Washington Post" e Woodward não identificaram o funcionário do governo que contou ao jornalista sobre a agente da CIA, afirmando que o funcionário permitiu a Woodward, num acordo, que ele revelasse tudo no depoimento, mas que não comentasse publicamente as conversas que tiveram. O suspeito seria Karl Rove, principal assessor político de Bush, que negou ter falado com ele sobre o assunto.

Represália
Plame é mulher do ex-embaixador Joseph Wilson, que se tornou um adversário de Bush ao provar que não tinha fundamentos o plano atribuído a Saddam Hussein de fabricar artefatos nucleares.
A revelação de que a mulher de Wilson era agente secreta da CIA teria sido uma represália, por parte de membros do governo Bush, à atitude de Wilson, dado que o presidente dos EUA utilizou o argumento de que Saddam Hussein estava tentando fabricar armas nucleares para justificar a invasão do Iraque.


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