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São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2003

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AMÉRICA LATINA

González Macchi tinha US$ 362 mil em banco

Promotoria suíça bloqueia contas e bens de ex-presidente paraguaio

DA REDAÇÃO

O Ministério Público da Suíça informou ontem às autoridades paraguaias que confiscou bens patrimoniais e diversos documentos e que bloqueou uma conta secreta com US$ 362 mil pertencentes ao ex-presidente Luis González Macchi (1999-2003). A informação foi dada pela Promotoria suíça à Embaixada do Paraguai naquele país.
A conta bloqueada havia sido aberta no dia 1º de junho de 1999, dois meses depois da posse de González Macchi como presidente, após a renúncia do então presidente Raúl Cubas Grau. Ele assumiu porque era na época presidente do Senado.
González Macchi entregou o cargo no último dia 15 de agosto, depois de uma desastrosa administração, que deixou o país à beira da bancarrota.
O atual presidente, Nicanor Duarte, assumiu prometendo combater a corrupção no país. Tanto ele quanto o seu antecessor são do Partido Colorado, que está no poder ininterruptamente desde 1947.
Um dia antes de entregar o poder, um juiz proibiu a saída de González Macchi do país em razão de dois processos por corrupção. Em uma das ações, é acusado de encobrir o desvio de US$ 16 milhões para uma conta bancária em Nova York.
Em 2001, descobriu-se González Macchi usava um BMW que havia sido roubado no Brasil. No início deste ano, descobriu-se que sua mulher também usava um Mercedes roubado no Brasil.
Na Suíça, o ex-presidente é investigado por suspeita de lavagem de dinheiro. A Promotoria do país europeu pediu ajuda ao Paraguai para identificar a origem do dinheiro bloqueado.
Se Gonzáles Macchi for considerado culpado, a Suíça pode pedir sua extradição. A pena prevista para lavagem de dinheiro varia de 7 a 15 anos de prisão.
O depósito inicial no BBVA foi de US$ 82.212. A quantia foi aumentando após depósitos realizados por outros três paraguaios, todos já identificados. Não foram divulgadas informações sobre os bens e documentos confiscados.
Até o final desta edição, Gonzáles Macchi não havia comentado a decisão do Ministério Público suíço. Em declarações anteriores, tem dito que nada tem a esconder.


Com agências internacionais

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