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BOLÍVIA
Morales lança benefício que complica embate com oposição
DA ENVIADA A LA PAZ
O governo do presidente
boliviano, Evo Morales,
anunciou ontem que começará a pagar em 1º de fevereiro um benefício a idosos financiado com um corte de
repasses aos departamentos
do IDH (Imposto Direto sobre Hidrocarbonetos).
O financiamento do benefício é um ponto-chave no
conflito entre Morales e os
governadores oposicionistas
e deve complicar os ânimos
da nova reunião entre as partes marcada para hoje.
Na última terça-feira, os
seis governadores oposicionistas propuseram um modelo alternativo para financiar o benefício, chamado
Renda Dignidade. Pelo projeto, em vez do IDH, outros
tributos seriam usados para
o pagamento, com perda menor para as regiões.
Pelo anúncio feito ontem,
o corte de 30% do IDH repassado aos governadores
será automático a partir de
fevereiro. O governo afirmou, porém, que o diálogo
com os oposicionistas continua e que decidirá sobre a
proposta alternativa hoje.
"Vamos operacionalizando [o pagamento do benefício], e, enquanto isso, vamos
dialogando", disse o ministro
da Fazenda, Luis Arce.
A decisão foi recebida com
desconfiança pela oposição,
que já havia condicionado a
continuação do diálogo com
Morales a um recuo sobre o
corte de recursos. Além da
divergência sobre a verba,
que forçou os governadores a
tentar uma negociação com
La Paz, a agenda de conversa
entre as partes também esbarra na rejeição da oposição
ao texto constitucional aprovado por governistas e aliados em dezembro.
Se não há acordo, o governo já anunciou que pretende
retomar a proposta de fazer
um referendo revocatório a
respeito dos cargos do próprio presidente e dos nove
governadores do país.
Anteontem, a nova Carta,
que ainda passará por dois
referendos, teve mais um revés. A cúpula do Poder Judiciário classificou de ilegal a
nova Constituição, argumentando que várias manobras regimentais durante a
aprovação foram ilegais.
(FM)
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