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São Paulo, terça-feira, 18 de fevereiro de 2003

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Saddam elogia protestos; Londres diz que guerra é "difícil" sem apoio

DA REDAÇÃO

O ditador iraquiano, Saddam Hussein, elogiou ontem os milhões de manifestantes que, no sábado, protestaram contra uma possível guerra contra o Iraque. Já o chanceler britânico, Jack Straw, disse que uma guerra contra o Iraque seria "muito difícil" para o Reino Unido se grande parte da população fosse contra uma ofensiva militar.
"As tomadas de posições humanistas, expressas durante as manifestações que ocorreram recentemente, devem ser elogiadas", disse Saddam em Bagdá.
"Queremos ver todo o mundo trabalhar pelo estabelecimento de uma paz baseada na justiça, na igualdade e na bondade entre os povos", afirmou o ditador, segundo a agência oficial Ina.
Em Londres, questionado se o Reino Unido poderia ir à guerra contra o Iraque se uma grande parte da população se opusesse a uma ação militar, Straw afirmou que seria "realmente muito difícil nessas circunstâncias".
O premiê Tony Blair apóia a abordagem dura dos EUA no que diz respeito ao Iraque.
Mas centenas de milhares de pessoas marcharam em Londres no sábado para protestar contra uma ação militar contra Bagdá. Segundo os organizadores, 2 milhões de pessoas participaram da manifestação. De acordo com a polícia, foram 750 mil.
Straw disse, em entrevista à BBC, que a marcha foi "provavelmente a maior que já vimos em nossa história recente democrática em Londres. Temos de levar em conta a opinião pública".
Mas o vice-premiê John Prescott afirmou não estar preocupado com a falta de apoio a uma guerra. "Não acho que seja uma preocupação", disse, acrescentando que governos às vezes têm de tomar decisões impopulares.
Lindsey German, porta-voz da Stop the War Coalition, que organizou o protesto de sábado, disse que pode haver "uma erupção de fúria e raiva" em Londres se uma guerra for declarada ao Iraque.
Ela afirmou que a coalizão está pedindo a sindicatos que iniciem uma greve se houver guerra.


Com agências internacionais


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