DA REDAÇÃO

Só em 2002, 4.739 militares russos morreram, 13.108 foram feridos e 29 desapareceram na república separatista da Tchetchênia, segundo uma informação veiculada ontem pela agência de notícias russa Itar-Tass, que citava fontes militares. Mas, em seguida, o Ministério da Defesa russo publicou um texto em que refutava a informação, que trazia um número de mortos bem superior ao oficial. Horas depois, a Itar-Tass alterou o conteúdo da informação divulgada anteriormente, repetindo os números do ministério: 4.572 militares mortos e 15.549 feridos entre o início da guerra, em 1999, e 23 de dezembro de 2002.
Um editor da Itar-Tass, que é a principal agência de notícias da Rússia, recusou-se a explicar o ocorrido. Antes do comunicado do Ministério da Defesa, porém, outro editor dissera que a agência mantinha sua versão inicial da história, que dava conta do alto número de mortes no conflito.
Há algum tempo, organizações de defesa dos direitos humanos acusam as Forças Armadas da Rússia de não divulgar o número exato de mortos e de feridos nos sangrentos combates da segunda guerra que os russos travam na república separatista em menos de uma década. A primeira ocorreu entre 1994 e 1996.
As estatísticas oficiais são divulgadas por diferentes órgãos do governo russo, sendo impossível verificá-las de modo independente. O Ministério da Defesa e o do Interior, por exemplo, mantêm listas separadas de vítimas entre seus comandados.
No primeiro conflito, entre 1994 e 1996, houve 14 mil mortes entre os militares russos, segundo essa organização. De acordo com Moscou, o número de mortos nesse período foi de 5.500 (mais 700 desaparecidos).
Organizações independentes dizem que cerca de 50 mil tchetchenos (de uma população de 1,2 milhão), a maioria entre a população civil, morreram desde 1999.