DO ENVIADO ESPECIAL AO PAQUISTÃO

Uma grande parcela dos adversários de Pervez Musharraf resolveu boicotar o pleito, por considerá-lo uma forma de legitimar o autogolpe promovido pelo ditador em novembro. Analistas estimam que até 30% do eleitorado os apoiaria. Cerca de 35 agremiações se agrupam no Movimento Democrático Multipartidário, um grande balaio que junta desde o respeitado PTI do ex-astro do críquete Imram Khan até partidos islâmicos obscuros de regiões como o Baluquistão. Outros partidos importantes deixaram de participar do pleito, como o Jammat-i-Islam, uma das maiores legendas religiosas e a mais antiga -fundada em 1941, ainda na Índia britânica. Seu vice-presidente, Liaquat Baloch, defende que a eleição é apenas um teatro de Musharraf. (IG)

 

FOLHA - Por que boicotar?
LIAQUAT BALOCH - A nossa decisão foi tomada como uma forma de protesto contra a imposição do estado de emergência no nosso país em 3 de novembro. Foi uma decisão de um ditador militar.

FOLHA - E qual sua opinião sobre a participação de partidos importantes da oposição?
BALOCH - A decisão é deles, mas vamos pedir para que eles mudem de idéia depois do pleito.

FOLHA - Não teme perder espaço com a ausência?
BALOCH - A eleição será fraudada de qualquer maneira, não é nossa preocupação.


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