São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

COMENTÁRIO

Causa palestina é a maior vítima

SÉRGIO MALBERGIER
EDITOR DE MUNDO

Há cerca de um mês, Israel reocupou o centro das principais cidades palestinas da Cisjordânia, após série de atentados que mataram dezenas de civis israelenses.
Desde então, os habitantes dessas cidades vivem virtualmente em prisão domiciliar, sujeitos a rígidos toques de recolher intercalados por poucas horas de liberdade para comprar comida.
Apesar do inominável sofrimento palestino, nenhum protagonista de peso (Europa, EUA, Rússia) protesta seriamente contra as medidas draconianas israelenses. Em época de guerra global contra o terrorismo, eles admitem que Israel tem o direito de mobilizar sua poderosa máquina de guerra para eliminar os grupos que explodem civis em pizzarias, portas de cinema e ônibus.
Assim, o terrorismo, por mais israelenses que mate, faz da própria população palestina sua maior vítima. E só adia o sonho nacional de um Estado soberano.
O complicador é que, num momento de tanto sofrimento causado pelas ações israelenses, os terroristas se transformaram em "mártires" e "heróis da resistência". Intelectuais e líderes moderados palestinos começam a criticar os ataques contra civis, mas são hostilizados. Enquanto o terror dominar a agenda palestina, ela andará para trás.



Texto Anterior: Operação de Israel busca autores de ataque a colonos
Próximo Texto: Justiça: França planeja prender infratores de 13 anos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.