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COMENTÁRIO
Causa palestina é a maior vítima
SÉRGIO MALBERGIER
EDITOR DE MUNDO
Há cerca de um mês, Israel reocupou o centro das principais cidades palestinas da Cisjordânia, após série de atentados que mataram dezenas de civis israelenses.
Desde então, os habitantes dessas cidades vivem virtualmente
em prisão domiciliar, sujeitos a rígidos toques de recolher intercalados por poucas horas de liberdade para comprar comida.
Apesar do inominável sofrimento palestino, nenhum protagonista de peso (Europa, EUA,
Rússia) protesta seriamente contra as medidas draconianas israelenses. Em época de guerra global
contra o terrorismo, eles admitem
que Israel tem o direito de mobilizar sua poderosa máquina de
guerra para eliminar os grupos
que explodem civis em pizzarias,
portas de cinema e ônibus.
Assim, o terrorismo, por mais
israelenses que mate, faz da própria população palestina sua
maior vítima. E só adia o sonho
nacional de um Estado soberano.
O complicador é que, num momento de tanto sofrimento causado pelas ações israelenses, os terroristas se transformaram em
"mártires" e "heróis da resistência". Intelectuais e líderes moderados palestinos começam a criticar os ataques contra civis, mas
são hostilizados. Enquanto o terror dominar a agenda palestina,
ela andará para trás.
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