São Paulo, domingo, 18 de julho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Acreditamos em punição", diz pai de vítima

DE BUENOS AIRES

O 18 de julho de 1994, uma quinta-feira, seria um dia comum para a estudante de direito Paula Sara, então com 21 anos. Mas, a pedido dos pais, ela acompanhou a mãe, a contadora Ana Maria Szyczewsky, ao trabalho para ajudá-la em uma pesquisa. Ana trabalhava na Amia.
Chegaram às 8h30 ao segundo andar do edifício da rua Pasteur, 633, no centro de Buenos Aires, e se instalaram na parte de trás do prédio. Ali estava a maior parte das pessoas que se salvaram.
Mas Paula desceu para buscar um café às 9h50, e, às 9h53, uma caminhonete carregada de explosivos subiu na calçada e avançou até o prédio. Ela e mais 84 pessoas morreram.
"Era a primeira vez que Paula ia à Amia", diz seu pai, Luis Szyczewsky, hoje representante das famílias das vítimas do maior atentado terrorista da Argentina. Mesmo criticando a omissão do poder público, Szyczewsky diz ter esperanças. "Vai custar muito trabalho, mas, se não acreditássemos nisso, não estaríamos engajados."
O atentado que expôs a fragilidade das instituições argentinas criou uma instituição forte. Há dez anos, no dia 18 de cada mês, parentes das vítimas se reúnem em silêncio na porta da Amia. Hoje haverá um novo protesto contra a impunidade. (CD)


Texto Anterior: Argentina: Ataque à Amia faz dez anos sem condenação
Próximo Texto: Missão no Caribe: No Haiti, Brasil encara tarefa de "construção de nações"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.