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Industrialização
motiva "sumiço", diz demógrafo
DE BUENOS AIRES
A desaparição de povoados é um fenômeno normal,
conseqüência do desenvolvimento industrial, que pode ser reforçado em momentos de crise econômica,
segundo o demógrafo da Cepal (Comissão Econômica
para a América Latina e Caribe), Miguel Villa.
"Não me surpreende que o
número de povoados que
correm risco de desaparecer
tenha aumentado na Argentina. Mudanças na atividade
econômica sempre geram
alterações nos assentamentos populacionais", disse o
demógrafo.
Segundo Villa, nas décadas
de 70 e 80 vários povoados
desaparecem no Estado do
Paraná, no Brasil, em conseqüência da agricultura semi-industrial, principalmente
depois do início das plantações de soja. "O Estado passou a ter migração liqüida
negativa. Foi quando apareceram os bóias-frias", disse.
A mesma coisa aconteceu
no norte do Chile. Segundo
Villa, na década de 30 surgiram várias cidades-fantasmas naquela região por causa da substituição do salitre
natural pelo salitre sintético.
Não há uma única explicação para o esvaziamento das
cidades na Argentina. "A
privatização dos trens não
deve ser a única razão, mas
certamente contribuiu", disse. Segundo ele, seria necessário estudar cada região do
país e suas atividades. Para o
especialista, há um problema estrutural que está relacionado ao tipo de desenvolvimento da América Latina,
baseado em altas taxas de
desocupação.
"Não há muitas chances de
sobrevivência nesses lugares. A alternativa para as
pessoas é mudar para lugares menos isolados."
(CD)
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