São Paulo, segunda-feira, 18 de setembro de 2006

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Sob pressão dos EUA, palestinos adiam plano de governo único

DA REDAÇÃO

O presidente palestino Mahmoud Abbas, do Fatah, e militantes do Hamas adiaram o debate sobre a formação de um governo de coalizão. A principal razão é a pressão dos EUA para que o governo de união reconheça a existência do Estado de Israel, segundo informaram autoridades palestinas.
O atraso revela a dificuldade de Abbas em forçar o Hamas a suavizar sua ideologia anti-Israel, o que contribuiria para o fim das sanções econômicas impostas aos palestinos. As autoridades duvidam que os dois lados consigam passar superar suas diferenças.
Enquanto isso, autoridades israelenses disseram estar progredindo nas negociações para a libertação de um soldado israelense capturado pelo Hamas há três meses, em Gaza. O ataque motivou uma ofensiva israelense na região, o que acabou piorando ainda mais a relação com os palestinos.
Abbas usará o encontro que terá com o presidente dos EUA George W. Bush, nesta quarta, na sede da ONU, em Nova York, para tentar obter apoio para postergar a coalizão.
Na reunião, Abbas tentará convencer Bush de que a alternativa a um governo composto por Fatah e Hamas é a guerra civil e pedirá a ele que aceite uma adoção parcial das demandas internacionais, para permitir que a coalizão seja iniciada, segundo fontes palestinas.
EUA, União Européia, Rússia e as Nações Unidas pressionam o Hamas a renunciar à violência, reconhecer Israel e aceitar tratados de paz assinados anteriormente, antes que possa ser restabelecida a ajuda aos palestinos. Abbas, por sua vez, tem pressionado o Hamas a aceitar essas condições.
Depois de meses de sanções econômicas, o Hamas anunciara, na semana passada, que aceitaria formar um governo de coalizão com o moderado Fatah, de Abbas.
Cerca de 165 mil funcionários civis do Hamas, que não recebiam salários integrais desde março, quando o partido islâmico tomou o poder, deverão ser pagos nos próximos dias. Israel e outros governos deixaram de enviar recursos devido à linha dura do governo.
A atual plataforma planejada para a união se mostrou falha logo após as exigências feitas pelo Ocidente para restaurar o envio de dinheiro. Líderes do Hamas afirmaram que não mais se comprometerão com o plano, enfurecendo Abbas, segundo oficiais palestinos.
"Os EUA não estão felizes nem a Europa. Ninguém está, mas Abbas está fazendo o melhor para tentar convencê-los", disse Yasser Abed Rabbo, assessor do presidente palestino.
Com agências internacionais


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