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Setor imobiliário é superaquecido; família junta as economias para imóvel do filho
DA ENVIADA ESPECIAL A PEQUIM
Quando saiu da universidade
em 2004, Chen Ou trabalhou
em dois projetos que lhe renderam 20 mil yuans em cinco meses, cerca de R$ 4.900. Com a
ajuda dos pais, que lhe deram
30 mil yuans, e um financiamento de 190 mil yuans, ele se
tornou proprietário de um
apartamento de 50 m2 com
apenas 22 anos.
Hoje, Chen trabalha como
assistente de um jornalista estrangeiro em Pequim e paga a
cada mês 1.200 yuans ao banco,
que lhe concedeu um empréstimo por prazo de 25 anos. É
menos do que pagaria no aluguel de um imóvel semelhante.
Com os juros, sua dívida é de
370 mil yuans, mas o apartamento que custava 240 mil
yuans em 2004 duplicou de valor desde então.
O mercado imobiliário é um
dos mais aquecidos da China e
ter casa própria é a prioridade
dos jovens com educação superior, especialmente dos homens. Sem isso, é remota a
chance de se casarem com a
mulher de seus sonhos. Quando buscam pretendentes, as jovens urbanas chinesas querem
alguém que tenha casa própria
e um emprego estável.
Segundo Chen, essa foi a
principal razão pela qual seus
pais decidiram dar suas economias de toda a vida para ajudar
na compra de seu apartamento. Antes de mudar para sua
nova casa, Chen vivia com os
pais em um apartamento de
um cômodo de 23 m2, em um
edifício com banheiro e cozinha comunitários. "Seria muito difícil conseguir uma namorada nessas condições", afirma.
É surpreendente o alto percentual de chineses que possuem casa própria. O governo
afirma que são 80% das famílias urbanas, um índice superior aos cerca de 70% que se
observam nos EUA.
Arthur Kroeber, diretor da
consultoria Dragonomis, diz
que o percentual é inflado por
incluir imóveis que foram comprados por empregados de suas
antigas unidades de trabalho e
que não podem ser vendidos.
Portanto, não se enquadrariam
exatamente no conceito de
propriedade privada.
Ainda assim, ele acredita que
o índice de casas próprias nas
regiões urbanas da China é alto
e não está muito distante dos
70% dos norte-americanos.
(CT)
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