São Paulo, quinta-feira, 18 de outubro de 2007

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Setor imobiliário é superaquecido; família junta as economias para imóvel do filho

DA ENVIADA ESPECIAL A PEQUIM

Quando saiu da universidade em 2004, Chen Ou trabalhou em dois projetos que lhe renderam 20 mil yuans em cinco meses, cerca de R$ 4.900. Com a ajuda dos pais, que lhe deram 30 mil yuans, e um financiamento de 190 mil yuans, ele se tornou proprietário de um apartamento de 50 m2 com apenas 22 anos.
Hoje, Chen trabalha como assistente de um jornalista estrangeiro em Pequim e paga a cada mês 1.200 yuans ao banco, que lhe concedeu um empréstimo por prazo de 25 anos. É menos do que pagaria no aluguel de um imóvel semelhante.
Com os juros, sua dívida é de 370 mil yuans, mas o apartamento que custava 240 mil yuans em 2004 duplicou de valor desde então.
O mercado imobiliário é um dos mais aquecidos da China e ter casa própria é a prioridade dos jovens com educação superior, especialmente dos homens. Sem isso, é remota a chance de se casarem com a mulher de seus sonhos. Quando buscam pretendentes, as jovens urbanas chinesas querem alguém que tenha casa própria e um emprego estável.
Segundo Chen, essa foi a principal razão pela qual seus pais decidiram dar suas economias de toda a vida para ajudar na compra de seu apartamento. Antes de mudar para sua nova casa, Chen vivia com os pais em um apartamento de um cômodo de 23 m2, em um edifício com banheiro e cozinha comunitários. "Seria muito difícil conseguir uma namorada nessas condições", afirma.
É surpreendente o alto percentual de chineses que possuem casa própria. O governo afirma que são 80% das famílias urbanas, um índice superior aos cerca de 70% que se observam nos EUA.
Arthur Kroeber, diretor da consultoria Dragonomis, diz que o percentual é inflado por incluir imóveis que foram comprados por empregados de suas antigas unidades de trabalho e que não podem ser vendidos. Portanto, não se enquadrariam exatamente no conceito de propriedade privada.
Ainda assim, ele acredita que o índice de casas próprias nas regiões urbanas da China é alto e não está muito distante dos 70% dos norte-americanos. (CT)


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