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Campinho de futebol fica em meio a minas
DO ENVIADO A GHAJAR
A paisagem das colinas
do Golã muda de cor à medida que se aproxima a aldeia de Ghajar (pronuncia-se Rajar).
O verde se transforma
em barro, e as plantações
dão lugar a sombrios campos minados.
A estrada asfaltada se
transforma em um longo
caminho de terra, rodeado
por veículos militares israelenses.
O acesso é restrito aos
moradores e aos poucos
que conseguem autorização do Exército.
"Até para jogar futebol
precisamos de autorização, já que nosso campo fica do lado de fora da cerca", reclama o professor
de educação física Khatib
Jamal.
No começo da estrada
que leva à aldeia, placas
alertam que se trata de zona militar fechada e que a
fronteira está próxima.
LIMBO
Embora os moradores
tenham cidadania de Israel e o país colete impostos e forneça os serviços
básicos, Ghajar vive numa
espécie de limbo da geopolítica local.
"Até para chamar um
técnico de computador ou
pintor de paredes de fora é
complicado", diz o morador Khatib Taufik.
Veterano do Exército sírio, Taufik acha que a aldeia deve ficar unida sob
controle israelense até ser
devolvida a Damasco,
num eventual acordo de
paz firmado.
O medo maior é que a
transferência do controle
de parte da aldeia para a
ONU piore a sensação de
isolamento, caso seja instalada uma barreira separando os dois lados de
Ghajar.
"Imagine criancinhas
tendo que passar pela barreira da ONU para ir à escola", afirma o estudante
Salomon Hassan.
"É totalmente absurdo", diz ele.
(MN)
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