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Corte civil dos EUA absolve suspeito de atacar embaixadas
Tanzaniano foi o primeiro ex-detento de Guantánamo a ser julgado por corte civil
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O primeiro ex-detento da
prisão militar de Guantánamo submetido a um julgamento civil nos EUA foi absolvido ontem do crime de
terrorismo. Ele escapou de
280 acusações e responderá
apenas por danificar propriedade americana.
O tanzaniano Ahmed
Khalfan Ghailani, 36, suposto guarda-costas de Osama
Bin Laden, foi acusado de ter
fornecido um veículo e componentes usados nas bombas que explodiram as embaixadas dos EUA no Quênia
e na Tanzânia em 1998. Os
atentados, realizados pela rede extremista Al Qaeda mataram 224 pessoas.
Ele foi preso em 2004 no
Paquistão e passou cinco
anos detido sem julgamento
formal em uma prisão ilegal
da CIA (agência de inteligência americana) e depois em
na base militar de Guantánamo, em Cuba -para onde
eram mandados os suspeitos
de terrorismo.
A transferência de Ghailani para Nova York faz parte
dos esforços do presidente
Barack Obama de fechar a
prisão de Guantánamo, após
diversas denúncias de abusos contra os direitos humanos ocorridos na instalação.
Ghailani foi julgado em
uma corte federal civil que,
após quase uma semana de
deliberação dos jurados, decidiu que ele é culpado apenas de conspirar para danificar ou destruir patrimônio
dos EUA -uma acusação
considerada branda.
Mesmo assim, a pena do
tanzaniano pode superar 20
anos de prisão. Há até a possibilidade de sentença à prisão perpétua.
TORTURA
Promotores de Nova York
não conseguiram a condenação dele por terrorismo e assassinatos devido a torturas e
uma série de irregularidades
praticadas contra ele no período em que estava preso.
O depoimento da principal
testemunha de acusação,
Hussein Abebe, foi descartado depois que a corte descobriu que sua identidade havia sido descoberta a partir
de declarações do réu obtidas por meio de tortura.
Se seu depoimento tivesse
sido aceito, Abebe possivelmente confessaria ter vendido a Ghailani grande parte
do explosivo usado nos atentados em 1998.
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