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São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 2003

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Luther King inspira protesto, diz sua viúva

DA REDAÇÃO

Coretta Scott King, 74, viúva de Martin Luther King Jr., líder ativista dos direitos civis dos EUA assassinado em 1968, afirma que a mensagem de não-violência de seu marido vem cada vez mais inspirando as pessoas. Para ela, esse é um dos principais motivos de diversas organizações terem programado para este fim de semana, durante o feriado dedicado a ele, atos de repúdio a um possível ataque ao Iraque.
"As pessoas vêm, cada vez mais, ouvindo a voz de Martin Luther King Jr.", disse, de Atlanta (sudeste dos EUA), onde ela é ativista política pelos direitos civis. Leia trechos de sua entrevista, por telefone, à Folha. (RU)

Folha - O que fazer em relação à ameaça que, segundo Washington, o regime de Saddam representa?
Coretta Scott King -
Há modos diversos, há muitas alternativas à guerra. A principal é a negociação. A mensagem que pretendemos passar é: se você usar a violência para dirimir seus problemas, haverá mais violência. Numa estratégia de longo prazo, a paz só poderá ser alcançada por meios pacíficos.

Folha - Por que a sra. acha que as manifestações contra uma possível guerra se concentram no feriado dedicado à memória de Luther King?
King -
Creio que mais e mais gente vem tomando consciência dos perigos das atitudes belicosas no mundo. As pessoas vêm, cada vez mais, ouvindo a voz de Martin Luther King Jr. E isso se dá por causa do medo do terrorismo e das incertezas levantadas pela crescente concentração de tropas [dos EUA no golfo Pérsico".
É bom lembrar que um dos motivos do assassinato de Luther King foi a sua importante militância contra a guerra [do Vietnã". Creio que estejamos chegando aos corações das pessoas.

Folha - Mas uma parcela importante da população americana apóia um ataque.
King -
Quando ele morreu, em 1968, fazia apenas um ano que havia feito um contundente e famoso discurso contra a guerra. Na época, não havia um movimento tão forte contra a escalada no Vietnã. Mas um ano foi suficiente para mudar aquela situação.


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