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Luther King inspira protesto, diz sua viúva
DA REDAÇÃO
Coretta Scott King, 74, viúva de Martin Luther King Jr.,
líder ativista dos direitos civis dos EUA assassinado em
1968, afirma que a mensagem de não-violência de seu
marido vem cada vez mais
inspirando as pessoas. Para
ela, esse é um dos principais
motivos de diversas organizações terem programado
para este fim de semana, durante o feriado dedicado a
ele, atos de repúdio a um
possível ataque ao Iraque.
"As pessoas vêm, cada vez
mais, ouvindo a voz de Martin Luther King Jr.", disse, de
Atlanta (sudeste dos EUA),
onde ela é ativista política
pelos direitos civis. Leia trechos de sua entrevista, por
telefone, à Folha.
(RU)
Folha - O que fazer em relação à ameaça que, segundo
Washington, o regime de Saddam representa?
Coretta Scott King - Há modos diversos, há muitas alternativas à guerra. A principal é a negociação. A mensagem que pretendemos passar é: se você usar a violência
para dirimir seus problemas,
haverá mais violência. Numa estratégia de longo prazo, a paz só poderá ser alcançada por meios pacíficos.
Folha - Por que a sra. acha
que as manifestações contra
uma possível guerra se concentram no feriado dedicado
à memória de Luther King?
King - Creio que mais e
mais gente vem tomando
consciência dos perigos das
atitudes belicosas no mundo. As pessoas vêm, cada vez
mais, ouvindo a voz de Martin Luther King Jr. E isso se
dá por causa do medo do
terrorismo e das incertezas
levantadas pela crescente
concentração de tropas [dos
EUA no golfo Pérsico".
É bom lembrar que um
dos motivos do assassinato
de Luther King foi a sua importante militância contra a
guerra [do Vietnã". Creio
que estejamos chegando aos
corações das pessoas.
Folha - Mas uma parcela importante da população americana apóia um ataque.
King - Quando ele morreu,
em 1968, fazia apenas um
ano que havia feito um contundente e famoso discurso
contra a guerra. Na época,
não havia um movimento
tão forte contra a escalada
no Vietnã. Mas um ano foi
suficiente para mudar aquela situação.
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