São Paulo, segunda-feira, 19 de janeiro de 2004

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Candidatos tentam ganhar espaço

DO ENVIADO ESPECIAL A IOWA

Menos de 50 metros separam os "quartéis generais" das duas equipes de campanha que mais mobilizaram recursos e pessoas para a votação de hoje, em Iowa.
John Kerry, senador por Massachusetts, e Howard Dean, ex-governador de Vermont, alugaram dois prédios cada um na rua Locust, uma das mais movimentadas de Des Moines, capital do Estado. Gerentes da campanha de Kerry estimam ter reunido mais de 3.000 voluntários para o trabalho de convencimento do eleitorado. No QG de Dean, o número passa de 5.000.
Do ponto de vista numérico, Iowa é um Estado insignificante. Tem apenas 1,9 milhão de eleitores registrados e apenas sete votos no colégio eleitoral que elegerá formalmente o presidente, em novembro.
Mas a palavra-chave nos comitês é "momentum". Bons resultados em Iowa hoje e em New Hampshire na semana que vem são considerados fundamentais para garantir que os fluxos de dinheiro e entusiasmo continuem mais à frente.
Atrás desse "momentum", pilhas de folhetos e material de campanha entravam e saíam dos comitês ontem em carinhos de mão, enquanto as pessoas disputavam chá, café ou qualquer outra coisa quente.
Sob um frio de -16C, o pessoal das duas campanhas, a maioria voluntários, corria contra o tempo. Larry Johnson, 42, relações-públicas em Arkansas, por exemplo, se preocupava em coordenar um grupo de apoiadores de Dean que viajaria à tarde para cidades vizinhas a fim de bater de porta em porta atrás de votos.
Johnson diz ter pago US$ 500 do próprio bolso pela viagem de automóvel de Arkansas a Iowa e pela hospedagem.
"Dean é suficientemente diferente do resto do pessoal de Washington. Por isso estou aqui. Quero meu país de volta", disse.
Para deixar claro que trabalham de graça, todos os voluntários do ex-governador de Vermont usam um gorro de cor laranja com a inscrição "The Perfect Storm" (a tempestade perfeita), indicando o que esperam hoje.
No comitê de John Kerry, todo o esforço ontem estava direcionado para obter os votos de veteranos de guerra no Estado.
Kerry, veterano e herói condecorado da Guerra do Vietnã, vem contando cada vez mais com seus "ex-colegas em armas" para a disputa de hoje.
Com precisão militar, o voluntário Robert Boldur, 48, organizava enormes listas com nomes e números de veteranos do Estado que seriam contatados, por telefone, na tarde de ontem.
Todo o trabalho era feito de uma grande mesa dentro do comitê -onde veteranos, muitos deles com medalhas no peito, faziam as ligações.
Assim como Kerry, o pré-candidato Richard Gephardt, deputado pelo Missouri, também concentrou energias ontem em uma campanha direcionada.
Seu alvo: os chamados "blue collars" (colarinhos azuis), como são conhecidos os trabalhadores de fábricas nos Estados Unidos.
Gephardt diz ter o apoio de 95 mil "blue collars" em Iowa. Pelo menos no comício de ontem, eles não se mostraram muito numerosos. Por volta de 150 pessoas participaram do seu principal evento no domingo. Cerca de 30% dos que ocupavam a sala eram jornalistas. (FCz)


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