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Candidatos tentam ganhar espaço
DO ENVIADO ESPECIAL A IOWA
Menos de 50 metros separam os
"quartéis generais" das duas equipes de campanha que mais mobilizaram recursos e pessoas para a
votação de hoje, em Iowa.
John Kerry, senador por Massachusetts, e Howard Dean, ex-governador de Vermont, alugaram
dois prédios cada um na rua Locust, uma das mais movimentadas de Des Moines, capital do Estado. Gerentes da campanha de
Kerry estimam ter reunido mais
de 3.000 voluntários para o trabalho de convencimento do eleitorado. No QG de Dean, o número
passa de 5.000.
Do ponto de vista numérico, Iowa é um Estado insignificante.
Tem apenas 1,9 milhão de eleitores registrados e apenas sete votos
no colégio eleitoral que elegerá
formalmente o presidente, em
novembro.
Mas a palavra-chave nos comitês é "momentum". Bons resultados em Iowa hoje e em New
Hampshire na semana que vem
são considerados fundamentais
para garantir que os fluxos de dinheiro e entusiasmo continuem
mais à frente.
Atrás desse "momentum", pilhas de folhetos e material de
campanha entravam e saíam dos
comitês ontem em carinhos de
mão, enquanto as pessoas disputavam chá, café ou qualquer outra
coisa quente.
Sob um frio de -16C, o pessoal
das duas campanhas, a maioria
voluntários, corria contra o tempo. Larry Johnson, 42, relações-públicas em Arkansas, por exemplo, se preocupava em coordenar
um grupo de apoiadores de Dean
que viajaria à tarde para cidades
vizinhas a fim de bater de porta
em porta atrás de votos.
Johnson diz ter pago US$ 500 do
próprio bolso pela viagem de automóvel de Arkansas a Iowa e pela hospedagem.
"Dean é suficientemente diferente do resto do pessoal de Washington. Por isso estou aqui. Quero meu país de volta", disse.
Para deixar claro que trabalham
de graça, todos os voluntários do
ex-governador de Vermont usam
um gorro de cor laranja com a
inscrição "The Perfect Storm" (a
tempestade perfeita), indicando o
que esperam hoje.
No comitê de John Kerry, todo o
esforço ontem estava direcionado
para obter os votos de veteranos
de guerra no Estado.
Kerry, veterano e herói condecorado da Guerra do Vietnã, vem
contando cada vez mais com seus
"ex-colegas em armas" para a disputa de hoje.
Com precisão militar, o voluntário Robert Boldur, 48, organizava enormes listas com nomes e
números de veteranos do Estado
que seriam contatados, por telefone, na tarde de ontem.
Todo o trabalho era feito de
uma grande mesa dentro do comitê -onde veteranos, muitos
deles com medalhas no peito, faziam as ligações.
Assim como Kerry, o pré-candidato Richard Gephardt, deputado
pelo Missouri, também concentrou energias ontem em uma
campanha direcionada.
Seu alvo: os chamados "blue collars" (colarinhos azuis), como
são conhecidos os trabalhadores
de fábricas nos Estados Unidos.
Gephardt diz ter o apoio de 95
mil "blue collars" em Iowa. Pelo
menos no comício de ontem, eles
não se mostraram muito numerosos. Por volta de 150 pessoas
participaram do seu principal
evento no domingo. Cerca de
30% dos que ocupavam a sala
eram jornalistas.
(FCz)
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