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São Paulo, quarta-feira, 19 de março de 2003

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Lula considera que o ataque seja ilegítimo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o ultimato dado ao Iraque pelo presidente George W. Bush anteontem não tem legitimidade internacional e "desrespeita a ONU".
Lula também criticou fortemente o unilateralismo dos Estados Unidos ao dizer que Bush está transformando o processo de desarmamento iraquiano em um problema apenas daquele país, não do mundo. Segundo o presidente brasileiro, a preocupação com a questão não dá aos EUA o direito de "decidir o que é bom ou ruim para o mundo".
Indagado se ele achava que a virtual declaração guerra teria legitimidade, Lula disse: "Eu acho que não tem. Não tem. Quero dizer, o governo americano está transformando a guerra num problema eminentemente americano. Todos nós queremos que o Iraque não tenha armas atômicas e armas de extermínio em massa. Todos nós queremos que o mundo viva em paz, agora isso não dá o direito de os Estados Unidos sozinhos decidirem o que é bom e o que é ruim para o mundo".
"Acho que o pronunciamento do presidente Bush foi muito forte. Na minha opinião, desrespeita a ONU, não leva em conta o Conselho de Segurança, não leva em conta o que pensa o restante do mundo", disse.
Ontem, o presidente brasileiro telefonou para o secretário-geral da ONU, Kofi Annan. Na conversa, Lula reforçou a sugestão feita há alguns dias, de reunir representantes dos países que defendem o desarmamento sem o uso de força.
Mas segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, os 15 minutos ao telefone com Annan deixaram poucas dúvidas sobre o ataque. (LEILA SUWWAN E ANDRÉ SOLIANI)


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