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Lula considera que o ataque seja ilegítimo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva afirmou ontem
que o ultimato dado ao Iraque pelo presidente George
W. Bush anteontem não tem
legitimidade internacional e
"desrespeita a ONU".
Lula também criticou fortemente o unilateralismo
dos Estados Unidos ao dizer
que Bush está transformando o processo de desarmamento iraquiano em um
problema apenas daquele
país, não do mundo. Segundo o presidente brasileiro, a
preocupação com a questão
não dá aos EUA o direito de
"decidir o que é bom ou
ruim para o mundo".
Indagado se ele achava que
a virtual declaração guerra
teria legitimidade, Lula disse: "Eu acho que não tem.
Não tem. Quero dizer, o governo americano está transformando a guerra num
problema eminentemente
americano. Todos nós queremos que o Iraque não tenha armas atômicas e armas
de extermínio em massa.
Todos nós queremos que o
mundo viva em paz, agora
isso não dá o direito de os
Estados Unidos sozinhos decidirem o que é bom e o que
é ruim para o mundo".
"Acho que o pronunciamento do presidente Bush
foi muito forte. Na minha
opinião, desrespeita a ONU,
não leva em conta o Conselho de Segurança, não leva
em conta o que pensa o restante do mundo", disse.
Ontem, o presidente brasileiro telefonou para o secretário-geral da ONU, Kofi
Annan. Na conversa, Lula
reforçou a sugestão feita há
alguns dias, de reunir representantes dos países que defendem o desarmamento
sem o uso de força.
Mas segundo o ministro
das Relações Exteriores, Celso Amorim, os 15 minutos
ao telefone com Annan deixaram poucas dúvidas sobre
o ataque.
(LEILA SUWWAN E ANDRÉ SOLIANI)
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