São Paulo, quarta-feira, 19 de abril de 2000


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DISPUTA
Pediatra que aconselha governo dos EUA diz que parentes "abusam" do garoto
Médico defende "resgate" de Elián

das agências internacionais

Um médico que aconselha o governo dos EUA no caso do garoto cubano Elián González, 6, disse ontem que as autoridades deveriam "resgatá-lo" da casa de seus familiares em Miami.
O pediatra Irwin Redlener enviou uma carta à secretária norte-americana de Justiça, Janet Reno, afirmando que Elián vem sendo "terrivelmente explorado" e é vítima de "abuso psicológico" por parte de seus parentes que lutam na Justiça pelo direito de permanecer com ele e evitar sua volta a Cuba com o pai.
Um advogado de Lázaro González, tio-avô de Elián, rebateu as acusações do médico e afirmou que Redlener nunca se encontrou com Elián nem com nenhuma das pessoas que vêm tomando conta dele nos últimos cinco meses.
Elián sobreviveu a um naufrágio, no final de novembro passado, e foi encontrado na costa da Flórida. Sua mãe e padrasto morreram após a embarcação que os levava como imigrantes ilegais de Cuba aos EUA ter afundado.
Desde então, o garoto está na casa de familiares em Miami. O Serviço de Imigração dos EUA e o governo exigem que ele seja devolvido ao pai, mas Lázaro González tenta conseguir na Justiça o direito de manter Elián nos EUA.
O médico Redlener criticou principalmente um vídeo divulgado pelos parentes em que Elián aparece dizendo não querer voltar a Cuba com o pai, que está em Washington à espera da resolução do caso.
Segundo ele, as imagens "parecem exatamente com aquelas que vemos nos casos de sequestro". "O garoto precisa ser resgatado de lá", disse.
Redlener disse ainda que o menino não tem ido à escola, mora numa casa cercada por um ambiente "caótico" e tem sido "exibido como um objeto" pelos familiares.
As ruas ao redor da casa em que Elián está morando são ponto de manifestações diárias da comunidade cubano-americana, que se opõe ao retorno do garoto à ilha governada por Fidel Castro.

Impasse jurídico
O desfecho do caso Elián González depende de decisão da Justiça. O governo norte-americano e o presidente Bill Clinton querem que ela seja reunido ao pai imediatamente.
Uma corte de apelação de Atlanta deve se pronunciar a qualquer momento sobre um recurso dos familiares, que pedem que seja proibida a saída do garoto dos EUA até que seja julgado o mérito final de uma ação em que requerem a guarda de Elián.


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