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DISPUTA
Pediatra que aconselha governo dos EUA diz que parentes "abusam" do garoto
Médico defende "resgate" de Elián
das agências internacionais
Um médico que aconselha o governo dos EUA no caso do garoto
cubano Elián González, 6, disse
ontem que as autoridades deveriam "resgatá-lo" da casa de seus
familiares em Miami.
O pediatra Irwin Redlener enviou uma carta à secretária norte-americana de Justiça, Janet Reno,
afirmando que Elián vem sendo
"terrivelmente explorado" e é vítima de "abuso psicológico" por
parte de seus parentes que lutam
na Justiça pelo direito de permanecer com ele e evitar sua volta a
Cuba com o pai.
Um advogado de Lázaro González, tio-avô de Elián, rebateu as
acusações do médico e afirmou
que Redlener nunca se encontrou
com Elián nem com nenhuma
das pessoas que vêm tomando
conta dele nos últimos cinco meses.
Elián sobreviveu a um naufrágio, no final de novembro passado, e foi encontrado na costa da
Flórida. Sua mãe e padrasto morreram após a embarcação que os
levava como imigrantes ilegais de
Cuba aos EUA ter afundado.
Desde então, o garoto está na
casa de familiares em Miami. O
Serviço de Imigração dos EUA e o
governo exigem que ele seja devolvido ao pai, mas Lázaro González tenta conseguir na Justiça o
direito de manter Elián nos EUA.
O médico Redlener criticou
principalmente um vídeo divulgado pelos parentes em que Elián
aparece dizendo não querer voltar a Cuba com o pai, que está em
Washington à espera da resolução do caso.
Segundo ele, as imagens "parecem exatamente com aquelas que
vemos nos casos de sequestro".
"O garoto precisa ser resgatado de
lá", disse.
Redlener disse ainda que o menino não tem ido à escola, mora
numa casa cercada por um ambiente "caótico" e tem sido "exibido como um objeto" pelos familiares.
As ruas ao redor da casa em que
Elián está morando são ponto de
manifestações diárias da comunidade cubano-americana, que se
opõe ao retorno do garoto à ilha
governada por Fidel Castro.
Impasse jurídico
O desfecho do caso Elián González depende de decisão da Justiça. O governo norte-americano e
o presidente Bill Clinton querem
que ela seja reunido ao pai imediatamente.
Uma corte de apelação de
Atlanta deve se pronunciar a
qualquer momento sobre um recurso dos familiares, que pedem
que seja proibida a saída do garoto dos EUA até que seja julgado o
mérito final de uma ação em que
requerem a guarda de Elián.
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