São Paulo, quarta-feira, 19 de abril de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DIPLOMACIA
Sanções prejudicam populações
Conselho da ONU reestuda embargos

das agências internacionais

O Conselho de Segurança da ONU decidiu criar esta semana uma comissão que vai estudar formas de tornar as sanções internacionais contra governos mais efetivas.
A medida parte da constatação de que os embargos promovidos nos últimos anos a países como Iraque, Afeganistão, Sudão, Líbia e Iugoslávia costumam errar o alvo: pouco afetam os governantes e criam condições de vida miseráveis às populações locais.
O subsecretário-geral para Assuntos Políticos Kieran Prendergast disse que um estudo da ONU mostrou a necessidade de "proteger, em termos humanitários, os segmentos mais vulneráveis das populações dos efeitos das sanções".
Outra conclusão é que a mira das sanções deve passar por um ajuste para que tenha impacto nos objetivos planejados. Nesse ponto, o caso iraquiano é emblemático: após quase dez anos de embargo econômico, Saddam Hussein continua firme no poder, enquanto a população sofre na prática os efeitos das sanções.
O vice-representante dos EUA no Conselho de Segurança, James Cunningham, disse que "a completa eliminação de impacto involuntário (das sanções) é impossível e, portanto, não é um objetivo que podemos atingir".
Mas, completou o norte-americano, "a implementação de sanções mais efetivas deveriam "considerar a minimização dos impactos involuntários aos setores vulneráveis da população".
Sem fazer referência direta ao Iraque -os EUA adotam linha-dura em relação a Bagdá e se opõem ao levantamento do embargo-, Cunningham disse que, uma vez implementadas as sanções, elas só devem ser suspensas no momento em que o país afetado apresentar um comportamento que justifique essa ação.
"As sanções não devem nunca ser encerradas devido à falta de uma solução, à falta de vontade ou à falta de paciência", declarou o diplomata dos EUA.


Texto Anterior: Direitos humanos: Órgão da ONU rejeita condenação à China
Próximo Texto: Eleições: Pesquisas mostram empate no Peru
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.