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São Paulo, segunda-feira, 19 de maio de 2003

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RELATÓRIO

Para organização, Iraque deveria servir de lição

Anistia acusa G-8 de fornecer armas a violadores dos direitos humanos

DA REDAÇÃO

A Anistia Internacional pretende divulgar hoje um relatório no qual acusa os países mais ricos do mundo e a Rússia de fornecer armas a alguns dos maiores violadores dos direitos humanos do planeta apesar de constantemente negar fazê-lo.
A organização de defesa dos direitos humanos deverá divulgar um relatório que será entregue aos membros dos G-8, o grupo que reúne os sete países mais ricos do mundo e a Rússia, que se encontrarão em Evian, na França, no início de junho.
O texto da Anistia, chamado "Um Catálogo de Fracassos: Exportações de Armas do G-8 e Violações aos Direitos Humanos", mostra que ao menos dois terços de todas as transferências de armas ocorridas entre 1997 e 2001 no mundo vieram de cinco países do G-8: EUA, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha.
A Anistia exorta a comunidade internacional a dotar-se de um novo tratado sobre o comércio de armas, visando o fortalecimento e a harmonização dos sistemas internacionais de controle dos fluxos de armas em direção a países considerados violadores dos direitos humanos, como Israel, Colômbia, Afeganistão e Senegal.
O texto diz que os EUA foram responsáveis por 28% das transferências de armas ocorridas entre 1997 e 2000 no mundo, o que tornou o país o maior fornecedor de armas do planeta no período.
A Rússia ficou em segundo lugar, com 17% das transferências globais, enquanto a França foi responsável por 10% no mesmo período. O Reino Unido esteve por trás de 10% das transferências globais, e a Alemanha, de 7%, ainda segundo a Anistia.
Esses países, além do Canadá e da Itália -que também fazem parte do G-8-, são signatários de acordos internacionais em que se comprometem a não exportar armas a países em que há risco de elas serem usadas em violações aos direitos humanos.
O Japão, que também é membro do G-8, proíbe oficialmente a exportação de produtos militares.
"Mesmo assim, em cada caso, o relatório mostrou como essas restrições foram ineficazes ou contornadas", diz o texto da Anistia, de acordo com a agência de notícias Reuters.
A organização também exortou os EUA, o Reino Unido, a Alemanha, a França, a Rússia e a China a revelar o nome de suas empresas que forneceram tecnologia para a construção de armas químicas ou biológicas ao Iraque.
Segundo a Anistia, o conflito no Iraque deve mostrar à comunidade internacional que ela não pode permitir a venda de armas a países em que há sérias violações aos direitos humanos.


Com agências internacionais


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