São Paulo, quinta, 19 de junho de 1997.



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Para Espanha, devolução cria precedente para Gibraltar

GILSON SCHWARTZ
da Equipe de Articulistas

A devolução de Kong Kong à China está reacendendo velhas pendências coloniais. Além de outras devoluções previstas e tranquilas (caso de Macau) ou apenas temidas (como Formosa), a agenda pós-colonial ganhou ontem mais uma.
Para o ministro espanhol das Relações Exteriores, Abel Matutes, Hong Kong abre um precedente no contencioso entre Madri e Londres sobre a colônia britânica de Gibraltar (ao sul da Espanha). Só falta agora os argentinos retomarem suas pretensões sobre as Ilhas Falklands (ou Malvinas).
Matutes acredita na descolonização de Gibraltar e abriu sua campanha na embaixada chinesa em Madri, enquanto assinava um acordo que assegura a manutenção do consulado espanhol em Hong Kong depois de 30 de junho.
É bastante curioso ver um diplomata de um país que durante séculos foi um bastião do colonialismo declarar que "se congratula com o passo adiante na descolonização de territórios e, neste caso, a recuperação pela China de um território que lhe é próprio". E completou: "A mesma potência colonizadora de Gibraltar é a que aceitou a aplicação do princípio de integridade territorial". Na "pedra" de Gibraltar há 30 mil habitantes.



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