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Sauditas dizem ter impedido ataque a base dos EUA
ANDREW BUNCOMBE
DO "THE INDEPENDENT"
A Arábia Saudita anunciou ontem que prendeu sete suspeitos de
integrar a Al Qaeda e que frustraram planos da rede terrorista de
lançar uma série de ataques a alvos em seu território -um dos
quais seria uma base aérea operada pelos Estados Unidos.
O Ministério do Interior disse
que os suspeitos -seis sauditas e
um sudanês entregue recentemente pelo Sudão após supostamente ter admitido planejar um
ataque à base aérea Príncipe Sultan- estão sendo interrogados.
As autoridades dizem que os suspeitos planejavam "atentados
contra instalações vitais, usando
explosivos e mísseis terra-ar".
Embora o líder da Al Qaeda,
Osama bin Laden, e a maioria dos
sequestradores dos aviões usados
nos atentados de 11 de setembro
fossem cidadãos sauditas, as prisões anunciadas ontem são as primeiras de supostos integrantes da
rede na Arábia Saudita desde os
ataques. Autoridades sauditas
disseram ter prendido anteriormente outro grupo de cinco sauditas e um iraquiano que teriam
dado abrigo ao sudanês após o
ataque à base aérea.
As prisões -13 ao todo- vieram em meio a queixas de Washington de que a Arábia Saudita
não estaria fazendo o suficiente
para combater o terrorismo.
A tentativa de ataque à base
americana foi revelada pelo Comando Central dos EUA, que
anunciou a descoberta, no início
de maio, nas proximidades da base aérea (situada no deserto saudita), de um lançador queimado
de um míssil antiaéreo de fabricação soviética. A descoberta levou
o FBI (polícia federal) a lançar um
alerta de que terroristas poderiam
tentar derrubar aviões comerciais
usando mísseis portáteis.
Também foi revelado ontem
que os esforços para rastrear o dinheiro usado pela Al Qaeda estão
enfrentando sérias dificuldades,
pois a maior parte do dinheiro da
organização está sendo guardado
em commodities difíceis de rastrear, como ouro e diamantes. Investigadores disseram que, apesar
dos esforços internacionais para
rastrear o fluxo de dinheiro da Al
Qaeda, boa parte de sua rede financeira continua intacta.
Nos primeiros cinco meses após
os ataques de 11 de setembro, organizações internacionais já tinham conseguido congelar cerca
de US$ 100 milhões em ativos pertencentes a 210 grupos que, segundo a administração Bush, teriam vínculos com a Al Qaeda.
Desde então, porém, o total só
foi acrescido de outros US$ 10 milhões. Países como a Arábia Saudita e a Suécia acusam os EUA de
arrogância. Os americanos lhes
teriam pedido que congelassem
ativos, mas não teriam se disposto
a compartilhar as provas contra
os grupos citados.
"Francamente, a presteza com a
qual alguns países aderiram à lista
vem diminuindo um pouco", disse o vice-secretário do Tesouro
americano, Kenneth Dam.
Estima-se que a Al Qaeda gastava até US$ 100 milhões por ano financiando operações em regiões
como a Tchetchênia e o Afeganistão. Consta que, embora tenha sido pedido a todos os 189 países da
ONU que preparassem relatórios
detalhando seu cumprimento ou
não da resolução do Conselho de
Segurança sobre os ativos dos terroristas, só 43 o fizeram.
Afeganistão
Dois mísseis explodiram perto
da Embaixada dos EUA em Cabul, um conjunto de prédios no
centro da cidade. Ambos acertaram casas próximas, sem deixar
feridos. Segundo as forças de paz
em Cabul, os mísseis foram lançados das cercanias da capital afegã.
Na Síria, o governo estaria mantendo preso Mohammed Zammar, 41, cidadão alemão suspeito de estar ligado aos ataques aos EUA. A informação foi divulgada
pela rede de TV alemã ZDF.
Zammar estaria preso há meses, acusado de planejar um atentado contra a Síria. Washington crê que ele recrutou alguns dos terroristas que participaram dos atentados de 11 de setembro.
Tradução de Clara Allain
Com agências internacionais
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