|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EUROPA
Candidato a premiê, Stoiber celebra derrotas do centro-esquerda na Europa e diz que o "nonsense" na Alemanha vai acabar
Direita alemã vê fim da social-democracia
DA REDAÇÃO
O conservador alemão Edmund Stoiber se livrou de sua imagem contida com um discurso feroz ontem, dizendo que a era da social-democracia na Europa
estava no fim e exortando a derrota do chanceler (premiê) da Alemanha, Gerhard Schröder, nas eleições de 22 de setembro.
"A era da social-democracia na
Europa está chegando ao fim: Espanha, Áustria, Itália, Noruega,
Dinamarca, Portugal, Holanda e,
agora, França", disse o candidato
no congresso da CDU (União Democrata Cristã, centro-direita).
Stoiber, que, segundo analistas,
costumava passar uma imagem
enfadonha em aparições públicas,
fez um discurso emocionado,
temperado com alusões a sua mulher, seus filhos e sua "pátria".
Stoiber disse que apoiava "um
patriotismo esclarecido, uma ligação positiva com a nação alemã".
O candidato, que já afirmou se
opor a uma "misturada" de culturas, disse que cidadãos comuns já
estavam lidando com "o pesado
fardo adicional" da integração de
estrangeiros na sociedade e que o
país não pode aceitar o plano do
governo atual de permitir a entrada de mais imigrantes.
"Nossa sociedade não tem como lidar com isso. A Alemanha
tem de limitar e regulamentar a
imigração", afirmou.
A posição foi reiterada por outros conservadores, e Friedrich
Merz, favorito para o Ministério
das Finanças em um possível governo conservador, foi além.
"Nosso objetivo central deve ser
integrar 4 milhões de desempregados no mercado de trabalho.
Não há espaço para trabalhadores
imigrantes de fora da União Européia até que tenhamos preenchido o 1,5 milhão de vagas na
Alemanha", disse Merz.
O suor escorria pelo rosto de
Stoiber, manchando o colarinho
de sua camisa, enquanto ele exortava os delegados a se unir em um
esforço para derrubar o governo
"vermelho e verde" de Schröder
nas eleições deste ano.
"Em 96 dias, esse nonsense vermelho e verde em Berlim terá acabado. Nós acreditamos nisso e as
pesquisas mostram que os alemães também acreditam. Em 96
dias, a Alemanha vai começar a se
mover de novo", disse Stoiber.
Ele também acusou seu oponente, que tem um perfil mais midiático, de fracassar em cumprir
suas promessas nas áreas fiscal,
econômica e relativas à educação
e à reforma da Previdência.
"Há anos Schröder sacudiu os
portões da Chancelaria e disse:
"Deixem-me entrar". Meus caros
amigos, agora é a hora de expulsá-lo", afirmou Stoiber, 60. Cerca de
mil delegados reunidos no salão
aplaudiram de pé o governador
da Baviera por 12 minutos.
Segundo pesquisas de opinião
recentes, os conservadores estão
na frente da coalizão do Partido
Social-Democrata com os Verdes,
e analistas políticos dizem que a
corrida deve ser decidida pela
preferência pessoal dos eleitores
por Stoiber ou Schröder.
O discurso marcou um avanço
evidente em relação às aparições prévias de Stoiber. Sua candidatura teve um mau começo, quando ele gaguejou e teve brancos durante o mais popular programa de entrevistas da Alemanha, pouco depois de sua nomeação.
Ele tem trabalhado duro para melhorar sua imagem desde então. Desde que contratou o ex-editor de jornais Michael Spreng como assessor de imprensa, seu desempenho na mídia melhorou.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Exclusão: Pobres vão ficar mais pobres, diz ONU Próximo Texto: Panorâmica - Venezuela: Chávez diz aceitar convocar plebiscito sobre conclusão de seu mandato Índice
|