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RELIGIÃO
O'Brien, de Phoenix, fugiu após atropelar pedestre e encobriu casos de pedofilia
Bispo dos EUA renuncia após prisão
DA REDAÇÃO
O papa João Paulo 2º aceitou
ontem o pedido de demissão do
bispo americano Thomas
O'Brien, de Phoenix (Arizona),
preso na segunda-feira acusado
de abandonar o local de um acidente de trânsito no qual um homem morreu. Ele estava ainda envolvido em caso de pedofilia.
A renúncia de O'Brien, 67, foi
aceita prontamente pelo papa, o
que não é comum. Decisão desse
tipo costuma levar semanas ou
meses.
Um breve comunicado do Vaticano, que não faz referência a nenhuma das acusações contra O'Brien, disse apenas que a renúncia foi aceita com base num
artigo da lei canônica que diz que
os bispos devem oferecer sua renúncia se estiverem incapacitados de cumprir suas obrigações por "doenças ou outra razão grave".
O'Brien foi libertado sob fiança
de US$ 45 mil após ser indiciado,
na segunda, por ter atropelado
um pedestre em Phoenix e fugido
sem prestar ajuda. O homem, de
43 anos, morreu. A polícia chegou
a O'Brien graças ao testemunho
de uma pessoa que memorizou
parcialmente o número da placa
de seu carro, encontrado posteriormente com o pára-brisa afundado no lado do passageiro.
A polícia estava investigando as
atividades de O'Brien antes do
acidente para tentar determinar
se ele havia ingerido bebidas alcoólicas, o que pode levar a acusações mais graves.
A prisão de O'Brien foi recebida
como uma bomba entre a comunidade católica de Phoenix. Duas
semanas antes, o bispo havia feito
um acordo judicial para livrá-lo
de um processo por acobertar padres que cometeram abusos contra crianças.
O'Brien havia recebido imunidade em troca da admissão de que
ele havia permitido que padres
acusados de abusar sexualmente
de crianças trabalhassem com
menores de idade em outros postos sem comunicar os seus superiores ou a comunidade local.
O bispo vinha sendo pressionado a renunciar desde o acordo,
que seguiu uma investigação de
um ano envolvendo 45 padres e
25 funcionários da diocese.
Ativistas e vítimas de abusos cometidos por padres da diocese comemoraram a renúncia. "Isso é
Deus que veio e disse que não gostava do acordo", disse Mark Kennedy, suposta vítima de abusos.
"Você pode ser um completo
ateu, mas tem que dizer que Deus
veio a Phoenix. Não há outra maneira de ver isso", afirmou.
Com agências internacionais
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