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IMIGRAÇÃO
Segundo grupo, crianças imigrantes ilegais são mantidas em condições cruéis
EUA maltratam menores, diz Anistia
DA REDAÇÃO
Mais de 5.000 crianças são detidas todos os anos pelos EUA ao
tentar entrar no país ilegalmente e
sozinhas, muitas vezes mantidas
em condições cruéis e sem acesso
a advogados, afirmou ontem o
grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional.
Segundo um relatório do grupo
divulgado ontem, algumas crianças são presas como criminosos,
revistadas nuas, algemadas. Algumas sofrem abusos físicos, em
violação aos acordos internacionais e a uma decisão de uma corte
americana, em 1985, de que crianças sob custódia do serviço de
imigração devem ser tratadas
"com dignidade, respeito e preocupação especial por sua vulnerabilidade como menores".
Algumas das crianças são enviadas aos EUA por parentes para
reencontrar os pais. Outras fogem
de abusos, guerras e recrutamento compulsório em grupos guerrilheiros, segundo a Anistia Internacional.
"Os menores chegam ao país
em busca de liberdade, mas acabam enfrentando abusos, detenção e negligência por parte das
autoridades americanas", afirmou Ajamu Baraka, diretor da
Anistia para o sudeste dos EUA.
"Eles são forçados a se apresentar
diante de um juiz para se defenderem sozinhos, muitas vezes numa
língua que não entendem", disse.
Segundo a Anistia, crianças de
todo o mundo, de bebês a adolescentes, são mantidas presas por
meses e até anos enquanto as autoridades decidem se dão a elas
asilo político ou refúgio humanitário. As autoridades de imigração dos EUA não comentaram o
relatório.
Pesquisa
O relatório da Anistia foi baseado em entrevistas com crianças
presas e com advogados que trabalham com elas, além de um
questionário enviado para 115 locais que mantêm crianças imigrantes ilegais detidas.
Entre os 33 locais que responderam inteiramente ao questionário, 48% disseram manter crianças desacompanhadas nas mesmas celas que menores infratores.
Mais da metade disse usar confinamento em solitárias como punição. Além disso, 83% disseram
colocar algemas, correntes e outros instrumentos do tipo nas
crianças ao levá-las para um tribunal ou para outros locais fora
do centro de detenção. Menos da
metade das crianças tem contato
com advogados.
Com agências internacionais
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