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São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2003

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IMIGRAÇÃO

Segundo grupo, crianças imigrantes ilegais são mantidas em condições cruéis

EUA maltratam menores, diz Anistia

DA REDAÇÃO

Mais de 5.000 crianças são detidas todos os anos pelos EUA ao tentar entrar no país ilegalmente e sozinhas, muitas vezes mantidas em condições cruéis e sem acesso a advogados, afirmou ontem o grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional.
Segundo um relatório do grupo divulgado ontem, algumas crianças são presas como criminosos, revistadas nuas, algemadas. Algumas sofrem abusos físicos, em violação aos acordos internacionais e a uma decisão de uma corte americana, em 1985, de que crianças sob custódia do serviço de imigração devem ser tratadas "com dignidade, respeito e preocupação especial por sua vulnerabilidade como menores".
Algumas das crianças são enviadas aos EUA por parentes para reencontrar os pais. Outras fogem de abusos, guerras e recrutamento compulsório em grupos guerrilheiros, segundo a Anistia Internacional.
"Os menores chegam ao país em busca de liberdade, mas acabam enfrentando abusos, detenção e negligência por parte das autoridades americanas", afirmou Ajamu Baraka, diretor da Anistia para o sudeste dos EUA. "Eles são forçados a se apresentar diante de um juiz para se defenderem sozinhos, muitas vezes numa língua que não entendem", disse.
Segundo a Anistia, crianças de todo o mundo, de bebês a adolescentes, são mantidas presas por meses e até anos enquanto as autoridades decidem se dão a elas asilo político ou refúgio humanitário. As autoridades de imigração dos EUA não comentaram o relatório.

Pesquisa
O relatório da Anistia foi baseado em entrevistas com crianças presas e com advogados que trabalham com elas, além de um questionário enviado para 115 locais que mantêm crianças imigrantes ilegais detidas.
Entre os 33 locais que responderam inteiramente ao questionário, 48% disseram manter crianças desacompanhadas nas mesmas celas que menores infratores. Mais da metade disse usar confinamento em solitárias como punição. Além disso, 83% disseram colocar algemas, correntes e outros instrumentos do tipo nas crianças ao levá-las para um tribunal ou para outros locais fora do centro de detenção. Menos da metade das crianças tem contato com advogados.


Com agências internacionais


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