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Justiça do Egito julga 52 homens
por comportamento homossexual
DA REDAÇÃO
A Justiça do Egito iniciou ontem, num tribunal especial de segurança do Estado, no Cairo, o
julgamento de 52 homens presos
por comportamento homossexual e extremismo.
As acusações incluem "prática
de imoralidade sexual" (eufemismo para homossexualidade, que
a lei egípcia não proíbe formalmente), "formação de grupo com
o objetivo de explorar a religião
islâmica para propagar idéias extremistas", "ofensa às religiões
monoteístas" e "prece de modo
contrário às práticas adequadas".
Como as leis egípcias não se referem explicitamente à homossexualidade, o julgamento será conduzido no tribunal de segurança
do Estado, que funciona com leis
de emergência implantadas em
1981 e usualmente aplicadas nos
processos contra suspeitos de extremismo islâmico.
Os homens foram presos em
maio passado, quando estavam
numa casa noturna homossexual
montada numa embarcação no
rio Nilo. Se forem considerados
culpados, poderão ser sentenciados a até cinco anos de prisão.
O caso ganhou grande destaque
no país, onde o homossexualismo
é um tabu. Muitos dos acusados
tiveram seus rostos estampados e
seus nomes impressos em jornais,
e um diário chegou a pedir a pena
de morte para homossexuais.
Com receio de ataques, os escassos grupos homossexuais do país
praticamente suspenderam suas
atividades e tiraram do ar suas páginas na internet. Organizações
internacionais de direitos humanos condenaram o processo.
Todos os réus se declararam
inocentes após a leitura das acusações. A próxima sessão do julgamento deverá ocorrer em 15 de
agosto, quando os advogados de
defesa começarão a apresentar
seus argumentos.
Com agências internacionais
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