São Paulo, quinta-feira, 19 de julho de 2001

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Justiça do Egito julga 52 homens por comportamento homossexual

DA REDAÇÃO

A Justiça do Egito iniciou ontem, num tribunal especial de segurança do Estado, no Cairo, o julgamento de 52 homens presos por comportamento homossexual e extremismo.
As acusações incluem "prática de imoralidade sexual" (eufemismo para homossexualidade, que a lei egípcia não proíbe formalmente), "formação de grupo com o objetivo de explorar a religião islâmica para propagar idéias extremistas", "ofensa às religiões monoteístas" e "prece de modo contrário às práticas adequadas".
Como as leis egípcias não se referem explicitamente à homossexualidade, o julgamento será conduzido no tribunal de segurança do Estado, que funciona com leis de emergência implantadas em 1981 e usualmente aplicadas nos processos contra suspeitos de extremismo islâmico.
Os homens foram presos em maio passado, quando estavam numa casa noturna homossexual montada numa embarcação no rio Nilo. Se forem considerados culpados, poderão ser sentenciados a até cinco anos de prisão.
O caso ganhou grande destaque no país, onde o homossexualismo é um tabu. Muitos dos acusados tiveram seus rostos estampados e seus nomes impressos em jornais, e um diário chegou a pedir a pena de morte para homossexuais.
Com receio de ataques, os escassos grupos homossexuais do país praticamente suspenderam suas atividades e tiraram do ar suas páginas na internet. Organizações internacionais de direitos humanos condenaram o processo.
Todos os réus se declararam inocentes após a leitura das acusações. A próxima sessão do julgamento deverá ocorrer em 15 de agosto, quando os advogados de defesa começarão a apresentar seus argumentos.


Com agências internacionais



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