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CONTROVÉRSIA
Ex-embaixador é procurado pela Justiça
Japão concede cidadania a cunhado de Fujimori e agrava crise com Peru
DA REUTERS
O Japão anunciou ontem que tinha concedido cidadania japonesa a Victor Aritomi Shinto, que é
casado com uma irmã do ex-presidente do Peru Alberto Fujimori,
numa medida que frustra a intenção de Lima de que ele seja extraditado e que agrava a crise diplomática entre os dois países.
Aritomi, 64, ex-embaixador peruano no Japão, corria o risco de
ser preso no Peru, pois, no início
deste mês, as autoridades peruanas emitiram um mandado de
prisão contra ele. Aritomi é acusado de enriquecimento ilícito e de
peculato. As autoridade peruanas
haviam anunciado que planejavam pedir sua extradição ao governo japonês.
Em 22 de novembro passado,
Fujimori foi afastado da Presidência pelo Congresso do Peru por
"incapacidade moral", após ter
anunciado, em Tóquio, sua renúncia. Desde então, Fujimori
permanece no Japão. Tóquio confirmou que o ex-presidente tem
nacionalidade japonesa por ter sido registrado pelos pais na Embaixada do Japão em Lima. O Peru pede que ele seja extraditado.
A nova situação de Aritomi
agrava o impasse diplomático
porque o Japão não extradita seus
cidadãos. Além disso, não existe
tratado de extradição entre os
dois países.
Reação peruana
O governo do Peru exigiu que o
embaixador do Japão no país explicasse por que Tóquio tinha
concedido cidadania japonesa ao
cunhado de Fujimori. A resposta
do diplomata japonês às autoridades peruanas não foi divulgada.
"Trata-se de um mau sinal para
o mundo todo que o Japão possa
tornar-se um refúgio para fugitivos da Justiça", afirmou o ministro da Justiça do Peru, Diego García Sayan, que faz parte da administração interina que governa o
país desde que Fujimori fugiu para o Japão por causa de um escândalo de corrupção.
"Essa decisão afeta os esforços
internacionais de combate à corrupção", acrescentou García, que
deixará o governo quando o presidente eleito do Peru, Alejandro
Toledo, tomar posse, em 28 de julho próximo.
"O governo autoritário de Fujimori destruiu as instituições democráticas [do Peru". Isso teve
um efeito terrível no Judiciário e
na confiança da população nos
tribunais", completou.
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