UOL


São Paulo, sábado, 19 de julho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EUA

Eventos comemoram os 150 anos do mais famoso parque público do mundo, recuperado da decadência de até 20 anos atrás

NY esquece crise para festejar o Central Park

ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK

Nova York esquece hoje os atentados, o alto desemprego, o prefeito mal-amado e as disputas pela reconstrução do World Trade Center para festejar os 150 anos do mais famoso parque público do mundo: o Central Park.
Com diversos eventos ao longo do dia, os nova-iorquinos comemoram no aniversário de hoje a recuperação de sua "vitrine" -que duas décadas atrás simbolizava a decadência e os altos índices de violência da cidade.
O atual Central Park é também uma vitória de um novo modelo de administração de espaços públicos: as melhorias do parque foram lideradas por uma instituição privada sem fins lucrativos, que recebeu da prefeitura o direito de tomar conta do lugar.
Criado em 1853, o parque foi construído após uma concorrência que escolheu o projeto de Frederick Olmsted e Calvert Vaux.
Só que, no início do século passado, após a morte de seus criadores, o parque conheceu longo período de abandono. A situação só foi revertida quando Robert Moses, um dos maiores transformadores urbanos da história de Nova York, assumiu o comando dos parques da cidade.
Moses arrecadou fundos onde pôde. Aproveitou o "New Deal" para angariar recursos federais e conseguiu ajuda de nova-iorquinos ricos para construir estátuas como a da Alice no País das Maravilhas, um dos mais famosos pontos do parque. Quando ele saiu de cena, porém, as coisas voltaram a piorar, e o parque, assim como toda a cidade, entrou em novo período de declínio durante os anos 60 e 70.
Em 1980, foi criada a Central Park Conservancy, hoje responsável pela administração do parque. Se a década de 80 ainda foi marcada por casos famosos de violência -o mais conhecido deles o de uma mulher, chamada de "Central Park Jogger", estuprada e quase morta em 1989-, a situação foi mudando.
Há cinco anos, a prefeitura nova-iorquina formalizou a entrega do comando do parque à instituição com um novo acordo: a Central Park Conservancy recebe um pagamento por seus serviços, mas o valor é proporcional ao dinheiro que a instituição conseguir arrecadar de fontes privadas.
São gastos anualmente US$ 20 milhões para cuidar dos 341 hectares do parque, que é um dos maiores do mundo -tem o dobro do tamanho do parque do Ibirapuera, que completa seu cinquentenário no ano que vem.
Durante sua última recuperação, o Central Park se tornou o símbolo da melhora nas estatísticas de segurança da cidade. O total de crimes diminuiu 82% em dez anos, e o número segue caindo mais rapidamente do que a média dos distritos. A área do parque é hoje a mais segura de Nova York: neste ano, até aqui, teve 40 crimes (no segundo melhor distrito, houve 170).
Visitado por 25 milhões de pessoas por ano, o parque ainda tem seus problemas, como a passagem de carros pelo local, motivo de protestos diários. Há vias rebaixadas que cruzam o parque e permitem o trânsito em qualquer momento, mas os principais problemas acontecem quando as ruas "normais" são abertas aos veículos, nos momentos de rush.


Texto Anterior: "Eixo do mal": Amostras do Irã teriam urânio enriquecido, dizem diplomatas
Próximo Texto: Casa Branca: Programa dificulta e-mail a Bush
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.