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"REALEZA AMERICANA"
"John John" já nasceu filho de presidente
BARBARA GANCIA
Colunista da Folha
"John John" Kennedy, ou melhor,
John Fitzgerald
Kennedy Jr. -ele
odiava o apelido
besta-, tem o mesmo nome de um dos maiores aeroportos do mundo e do centro espacial que enviou o primeiro homem à Lua, há 30 anos.
Mas, veja só, a despeito das credenciais, sumiu do mapa na costa
do Estado de Massachusetts (na
região da Nova Inglaterra, nos
EUA), pilotando um monomotorzinho.
Tão besta quanto seu apelido é
querer traçar paralelos entre o
seu acidente e o desastre de automóvel que matou a princesa Diana, na mesma época de verão no
Hemisfério Norte, há quase dois
anos.
Diana caiu de pára-quedas na
privilegiada posição que ocupou,
tão mal, diga-se, como mulher do
herdeiro do trono britânico.
"John John" é outra história.
Para entender a que tipo de nobreza o belo príncipe de Camelot
pertence, basta citar um exemplo.
Há três anos, quando esteve no
programa de Larry King, o entrevistador da TV CNN perguntou a
ele que tipo de lembrança o filho
de John Fitzgerald Kennedy tinha
daquele momento comovente do
enterro do pai, quando ele bateu
continência diante do caixão do
presidente assassinado.
"John John" respondeu que era
muito pequeno para lembrar daquela cena que tocou uma geração inteira. Disse que toda vez
que revia aquele momento em foto ou em filme sentia-se como um
figurante. "Parece que não sou
eu, que não aconteceu comigo",
afirmou.
Larry King então pediu a ele
que fosse ao fundo do baú e tirasse de lá a sua lembrança mais remota.
Com a maior naturalidade do
mundo, "John John" disse que sua
primeira lembrança na vida era
brincar com "um cãozinho que o
Kruschov deu para a gente". E depois emendou: "O filhote da Laika".
Para quem não sabe, a cadela
soviética Laika foi o primeiro ser
a orbitar o planeta Terra em uma
espaçonave.
John Fitzgerald Kennedy Jr. foi
o único sujeito na história que já
nasceu filho do presidente dos Estados Unidos.
E mesmo que o faturamento de
sua revista, a "George" -uma
mistura de "New Republican"
com "Vanity Fair"-, não tenha
chegado aos pés de seu sorriso de
homem que a revista "People"
elegeu como o mais sexy do mundo, todos nós iremos nos lembrar
para sempre de onde estávamos
no dia em que "John John" sumiu
do mapa.
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