São Paulo, Segunda-feira, 19 de Julho de 1999
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"REALEZA AMERICANA"
"John John" já nasceu filho de presidente

BARBARA GANCIA
Colunista da Folha


"John John" Kennedy, ou melhor, John Fitzgerald Kennedy Jr. -ele odiava o apelido besta-, tem o mesmo nome de um dos maiores aeroportos do mundo e do centro espacial que enviou o primeiro homem à Lua, há 30 anos.
Mas, veja só, a despeito das credenciais, sumiu do mapa na costa do Estado de Massachusetts (na região da Nova Inglaterra, nos EUA), pilotando um monomotorzinho.
Tão besta quanto seu apelido é querer traçar paralelos entre o seu acidente e o desastre de automóvel que matou a princesa Diana, na mesma época de verão no Hemisfério Norte, há quase dois anos.
Diana caiu de pára-quedas na privilegiada posição que ocupou, tão mal, diga-se, como mulher do herdeiro do trono britânico.
"John John" é outra história. Para entender a que tipo de nobreza o belo príncipe de Camelot pertence, basta citar um exemplo.
Há três anos, quando esteve no programa de Larry King, o entrevistador da TV CNN perguntou a ele que tipo de lembrança o filho de John Fitzgerald Kennedy tinha daquele momento comovente do enterro do pai, quando ele bateu continência diante do caixão do presidente assassinado.
"John John" respondeu que era muito pequeno para lembrar daquela cena que tocou uma geração inteira. Disse que toda vez que revia aquele momento em foto ou em filme sentia-se como um figurante. "Parece que não sou eu, que não aconteceu comigo", afirmou.
Larry King então pediu a ele que fosse ao fundo do baú e tirasse de lá a sua lembrança mais remota.
Com a maior naturalidade do mundo, "John John" disse que sua primeira lembrança na vida era brincar com "um cãozinho que o Kruschov deu para a gente". E depois emendou: "O filhote da Laika".
Para quem não sabe, a cadela soviética Laika foi o primeiro ser a orbitar o planeta Terra em uma espaçonave.
John Fitzgerald Kennedy Jr. foi o único sujeito na história que já nasceu filho do presidente dos Estados Unidos.
E mesmo que o faturamento de sua revista, a "George" -uma mistura de "New Republican" com "Vanity Fair"-, não tenha chegado aos pés de seu sorriso de homem que a revista "People" elegeu como o mais sexy do mundo, todos nós iremos nos lembrar para sempre de onde estávamos no dia em que "John John" sumiu do mapa.


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