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Para Fidel, grupo será instrumento dos EUA
DA REDAÇÃO
O ditador cubano, Fidel Castro,
questionou a composição do Grupo de Amigos da Venezuela e disse que os EUA vão "utilizar [o
grupo" como instrumento] contra o presidente Hugo Chávez.
"Chávez tem relações com muitos países: com a Rússia, com a
China, com a França etc. Quem
conhece as coisas sabe que os senhores do norte vão utilizar isso
[o grupo, em sua atual composição" como um instrumento", afirmou Fidel, após votar na eleição
legislativa de seu país.
O presidente cubano disse duvidar da imparcialidade dos EUA
em relação ao governo da Venezuela: "Há um plano, uma manobra, um projeto para destruir o
processo revolucionário".
Ele justificou as suas preocupações dizendo que "vários desses
países que estão aí apoiaram o
golpe contra Chávez". "Essas nações vão agora agir para resolver
os problemas entre um governo
absolutamente legítimo, constitucional, que não violou uma única
lei, e os fascistas que deram o golpe [de abril de 2002]?"
Chávez tentou ampliar a formação do grupo por achar que ela estava por demais desfavorável ao
seu governo. Após consultar o governo brasileiro, o presidente venezuelano concordou em esperar
pelos acontecimentos e dar um
"crédito de confiança" à mediação brasileira.
Com relação à OEA (Organização dos Estados Americanos),
principal mediadora da crise política venezuelana, Fidel disse: "Essa instituição tem uma história tenebrosa. Sempre foi um instrumento dos EUA".
O cubano fez elogios a Chávez:
"Ele é um homem firme, bom e
inteligente, que não vai abandonar o seu povo. Não é preciso dar
conselhos a ele, pois Chávez sabe
o que está fazendo".
Eleição
Ontem, os cubanos foram às urnas para escolher 609 deputados
da Assembléia Nacional e 1.119 representantes das Assembléias
Provinciais. A eleição, que ocorre
a cada cinco anos, é de partido
único e o número de candidatos é
igual ao número de vagas.
"Isso não é uma eleição, Você
não pode escolher entre diferentes opiniões. A única opção é continuar onde estamos. É mais uma
das muitas fraudes de Fidel", disse o dissidente Vladimiro Roca.
Falando sobre os pedidos de
que a OEA fiscalizasse as eleições,
Fidel disse: "Não precisamos dela
aqui. Nem autorizaremos isso jamais. Que fiscalizem onde não há
leis, onde não há ordem, onde não
há democracia". Um dos candidatos é o pai do garoto Elián González, cuja disputa pela guarda
criou confusão entre Washington
e Havana em 2000.
Com agências internacionais
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