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São Paulo, segunda-feira, 20 de janeiro de 2003

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Para Fidel, grupo será instrumento dos EUA

DA REDAÇÃO

O ditador cubano, Fidel Castro, questionou a composição do Grupo de Amigos da Venezuela e disse que os EUA vão "utilizar [o grupo" como instrumento] contra o presidente Hugo Chávez.
"Chávez tem relações com muitos países: com a Rússia, com a China, com a França etc. Quem conhece as coisas sabe que os senhores do norte vão utilizar isso [o grupo, em sua atual composição" como um instrumento", afirmou Fidel, após votar na eleição legislativa de seu país.
O presidente cubano disse duvidar da imparcialidade dos EUA em relação ao governo da Venezuela: "Há um plano, uma manobra, um projeto para destruir o processo revolucionário".
Ele justificou as suas preocupações dizendo que "vários desses países que estão aí apoiaram o golpe contra Chávez". "Essas nações vão agora agir para resolver os problemas entre um governo absolutamente legítimo, constitucional, que não violou uma única lei, e os fascistas que deram o golpe [de abril de 2002]?"
Chávez tentou ampliar a formação do grupo por achar que ela estava por demais desfavorável ao seu governo. Após consultar o governo brasileiro, o presidente venezuelano concordou em esperar pelos acontecimentos e dar um "crédito de confiança" à mediação brasileira.
Com relação à OEA (Organização dos Estados Americanos), principal mediadora da crise política venezuelana, Fidel disse: "Essa instituição tem uma história tenebrosa. Sempre foi um instrumento dos EUA".
O cubano fez elogios a Chávez: "Ele é um homem firme, bom e inteligente, que não vai abandonar o seu povo. Não é preciso dar conselhos a ele, pois Chávez sabe o que está fazendo".

Eleição
Ontem, os cubanos foram às urnas para escolher 609 deputados da Assembléia Nacional e 1.119 representantes das Assembléias Provinciais. A eleição, que ocorre a cada cinco anos, é de partido único e o número de candidatos é igual ao número de vagas.
"Isso não é uma eleição, Você não pode escolher entre diferentes opiniões. A única opção é continuar onde estamos. É mais uma das muitas fraudes de Fidel", disse o dissidente Vladimiro Roca.
Falando sobre os pedidos de que a OEA fiscalizasse as eleições, Fidel disse: "Não precisamos dela aqui. Nem autorizaremos isso jamais. Que fiscalizem onde não há leis, onde não há ordem, onde não há democracia". Um dos candidatos é o pai do garoto Elián González, cuja disputa pela guarda criou confusão entre Washington e Havana em 2000.


Com agências internacionais

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