|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IRAQUE NA MIRA
País pode evitar guerra, dizem chefes das inspeções da ONU; dia 27 inaugura "última fase" da crise, afirmam os EUA
Inspetores da ONU vêem progresso em Bagdá
DA REDAÇÃO
Os chefes dos inspetores da
ONU afirmaram ontem, em visita
a Bagdá, que está havendo progressos nas inspeções e que uma
guerra contra o Iraque não é inevitável. Os EUA indicaram que o
dia 27 de janeiro marcará o início
da última fase da crise iraquiana.
"Estamos tendo encontros positivos e construtivos. Temos mais
algumas reuniões amanhã", disse
o diretor da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), o
egípcio Mohamed ElBaradei.
Segundo ele, "ainda há questões
específicas a serem feitas e creio
que eles têm se mostrado responsáveis em algumas áreas. Espero
que nos próximos dias ou semanas tenhamos resultados".
ElBaradei viajou a Bagdá, onde
permanece até hoje, acompanhado do sueco Hans Blix, chefe dos
inspetores da ONU. Eles se reuniram ontem por duas horas e meia
com autoridades iraquianas.
"No encontro de hoje, tentamos
mostrar a eles que o tempo está se
esgotando e que é preciso adotar
uma postura pragmática e ativa
diante da resolução. E sinto que
eles entenderam a mensagem",
afirmou ElBaradei.
Blix acrescentou que o Iraque
tem o poder de evitar uma guerra.
"Não acho que a guerra seja inevitável. Acreditamos que o processo
de inspeções que conduzimos é a
alternativa pacífica e exige uma
cooperação ativa do Iraque."
Uma porta-voz de ElBaradei
disse que, nos dois dias de visita a
Bagdá, os chefes dos inspetores
deram a seguinte mensagem às
autoridades iraquianas: "Queremos provas de que as armas foram destruídas e de que não foram produzidas outras. O Iraque
precisa provar isso".
Entre os progressos citados pelos dois inspetores está a admissão pelos iraquianos de que mais
quatro ogivas químicas vazias foram encontradas, similares às 11
descobertas por uma equipe da
ONU na quinta-feira.
Estados Unidos
O relatório que os inspetores da
ONU apresentarão ao Conselho
de Segurança no dia 27 "marca o
início da última etapa" da crise no
Iraque, disse ontem Condoleezza
Rice, assessora de segurança nacional do presidente americano,
George W. Bush.
Segundo Rice, o tempo para o
Iraque acatar as decisões do Conselho de Segurança está se esgotando e "certamente o dia 27 de
janeiro é uma data importante".
"Não é um prazo, mas é uma
data importante. Provavelmente
marca o início da última fase."
O ditador Saddam Hussein, de
acordo com Rice, tenta dividir o
Conselho de Segurança e enganar
os inspetores. Desde o início das
inspeções, "Bagdá tem mostrado
a mesma tendência de falsidade e
não-cooperação. Não podemos
permitir que Saddam continue
nos enganando". Para Rice, "não
devemos esperar muito mais tempo para saber se ele optou por enganar em vez de se desarmar".
Protestos e ataques
Uma série de protestos aconteceu durante o fim de semana em
Tóquio, Cairo, Paris, San Francisco e Washington contra uma possível guerra.
A maior delas aconteceu na capital americana, que reuniu entre
30 mil e 50 mil pessoas. Diante da
Casa Branca, se reuniram mil pessoas e 16 foram presas. Muitos
manifestantes carregavam cartazes fazendo alusões de que o motivo da guerra seria o petróleo.
No Iraque, caças americanos e
britânicos voltaram a bombardear a zona de exclusão aérea no
sul do país. Oito centros de comunicação foram atingidos.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Para Fidel, grupo será instrumento dos EUA Próximo Texto: EUA falam em exílio e anistia a Saddam Hussein Índice
|