UOL


São Paulo, segunda-feira, 20 de janeiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ORIENTE MÉDIO

Europeus têm viés pró-palestinos, diz premiê, que faz outra proposta

Sharon ironiza plano do quarteto

DA REDAÇÃO

O premiê de Israel, Ariel Sharon, disse que o plano de paz proposto pelo quarteto, grupo composto por EUA, União Européia, Rússia e ONU, "não deve ser levado a sério" por ter viés anti-Israel.
"O quarteto não é nada. Não leve isso a sério. Há um outro plano que irá funcionar", disse o primeiro-ministro israelense em entrevista à revista "Newsweek".
Segundo Sharon, "a atitude dos europeus em relação a Israel e aos palestinos deve ser mais balanceada. Quando se tornar mais balanceada, eles serão bem-vindos a participar. Mas, por enquanto, não está equilibrada".
De acordo com o premiê, é melhor negociar diretamente com o governo americano.
O plano de paz propõe um cessar-fogo bilateral, a retirada israelense das cidades palestinas e a criação de um Estado palestino provisório em partes da Cisjordânia e da faixa de Gaza. Em uma última fase, seria negociado o futuro de Jerusalém, os assentamentos judaicos, o destino dos refugiados palestinos e as fronteiras.
Não é mencionado no texto a exigência do governo israelense de que o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat, seja removido do cargo. Apenas diz que os palestinos precisam de uma liderança que atue duramente contra o terror.
Sharon afirma que, se Arafat for removido e os militantes extremistas combatidos, Israel irá reconhecer um Estado palestino provisório e desmilitarizado, com fronteiras temporárias, e, após uma prolongada calma, iniciar os acordos finais de paz.
A ANP diz que aceita os princípios do plano do quarteto, mas tem ressalvas. Saeb Erekat, principal negociador palestino, acusou Israel de mais uma vez tentar sabotar as iniciativas de paz.
A União Européia não comentou as declarações de Sharon.
Amram Mitzna, líder do Partido Trabalhista e principal rival de Sharon na disputa pelo cargo de premiê nas eleições do dia 28, acusou o primeiro-ministro de ter revelado "a sua verdadeira face, que é contrária à paz".

Barghouti
A Justiça de Tel Aviv determinou ontem que o líder do Fatah (facção política de Arafat), Marwan Barghouti, pode ser julgado em Israel. Visto como um dos sucessores de Arafat, Barghouti é acusado de envolvimento com o terrorismo. Ele nega.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Coréia do Norte: Russos apresentam proposta de paz
Próximo Texto: Panorâmica: Ação afirmativa: Powell discorda de Bush sobre processo de seleção em Michigan
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.