São Paulo, quarta-feira, 20 de fevereiro de 2002

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VISITA À ÁSIA

Presidente deverá ir à zona desmilitarizada entre as duas Coréias

Século 21 será do Pacífico, diz Bush

DA REDAÇÃO

O presidente dos EUA, George W. Bush, afirmou ontem, no último dia de sua visita oficial ao Japão, que o país deverá desempenhar um papel "indispensável" durante o século 21, que, segundo ele, será o "século do Pacífico".
"Mais do que nunca, estamos decididos a manter nossa presença na região. O êxito dessa região é essencial para todo o mundo, e estou convencido de que o século 21 será o século do Pacífico", declarou Bush num discurso feito no Parlamento japonês (Dieta).
Bush, que, no domingo, começou uma visita oficial de uma semana à Ásia, foi o terceiro presidente americano a discursar na Dieta. Ainda como parte de sua viagem, ele chegou ontem à Coréia do Sul. O presidente dos EUA ainda irá à China.
Bush agradeceu o apoio recebido do Japão após os ataques de 11 de setembro e garantiu que a luta contra o terrorismo continuará sendo prioridade dos EUA.
"O Japão e os EUA vão reforçar seus laços de amizade e a segurança bilateral", afirmou o presidente americano, que acrescentou que Washington "não esquecerá as promessas feitas à população de Taiwan".
O governo de Taiwan não perdeu a oportunidade e elogiou a declaração de Bush sobre a ilha, que Pequim considera uma "Província rebelde". "Os comentários do presidente Bush são significativos. Ele reiterou o apoio dos EUA à democracia taiwanesa", afirmou o chanceler de Taiwan, Eugene Chien.
"Os EUA vêem Taiwan como um amigo e respeitam as conquistas democráticas de Taiwan, além de prestarem muita atenção à segurança no estreito de Taiwan. Temos grande confiança nas relações entre os EUA e Taiwan."

Coréia do Sul
Bush chegou ontem à Coréia do Sul em meio a protestos contra suas declarações que incluem a Coréia do Norte no que chama de "eixo do mal". Além da Coréia do Norte, o Irã e o Iraque fazem parte desse grupo de países que são monitorados de perto pelos EUA.
Segundo assessores do presidente sul-coreano, Kim Dae-jung, ele pedirá a Bush que privilegie o diálogo com a Coréia do Norte. Após um período de relativa reaproximação, Seul e Pyongyang vivem novamente uma fase de distanciamento. Bush ficará quase três dias na Coréia do Sul.
A Coréia do Sul e a Coréia do Norte permanecem tecnicamente em guerra, pois, ao final da Guerra da Coréia (1950-53), não assinaram um tratado de paz, mas um armistício.
Bush deverá visitar a zona desmilitarizada existente entre as duas Coréias. Quando o fizer, estará pela primeira vez ao alcance da artilharia norte-coreana.
Segundo analistas americanos e sul-coreanos, a Coréia do Norte tem centenas de armas apontadas para Seul, onde houve violentos protestos contra a presença do presidente americano nos últimos dias. Assim, as reuniões entre Bush e Kim Dae-jung deverão ter como temas principais a situação geopolítica da península da Coréia e a política americana em relação à Coréia do Norte.
Bush viaja amanhã à China. As relações entre Pequim e Washington estão relativamente frias desde o pouso de emergência de uma avião de espionagem americano na China, no ano passado.


Com agências internacionais


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