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São Paulo, quinta-feira, 20 de fevereiro de 2003

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Para promotores, condenar outros envolvidos nos atentados é difícil

ANDREW GUMBEL
DO "THE INDEPENDENT", EM LOS ANGELES

O estudante marroquino Mounir El Motassadeq foi o primeiro homem considerado culpado por envolvimento nos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA, mas, enquanto promotores ao redor do mundo lutam contra a frustração de provas vagas ou insuficientes e a reticência de serviços de segurança com informações valiosas a oferecer, há crescentes dúvidas sobre se haverá uma segunda condenação.
Advogados de defesa de El Motassadeq procuraram retratar os indícios contra ele como nada mais do que uma rede de suposições e de rumores baseada em sua escolha infeliz de amigos -Mohammed Atta, Ziad Jarrah, Marwan al Shehhi e outras pessoas diretamente envolvidas nos ataques em Nova York e nos arredores de Washington.
Até o juiz Albrecht Mentz inicialmente deu sinais de que o tribunal de Hamburgo poderia levar em conta alguma forma de acusação menor -embora ele tenha mudado de idéia depois.
O problema principal, para os promotores na Alemanha, nos EUA e em qualquer outro lugar, é que os terroristas que levaram a cabo os atentados estão todos mortos. Além disso, algumas das melhores provas -obtidas com integrantes da rede terrorista Al Qaeda capturados após os ataques- estão sendo guardadas por razões de segurança, o que faz com que seja difícil, se não impossível, apresentá-las aos tribunais.
El Motassadeq foi considerado culpado por causa de provas que nem ele nem seus advogados conseguiram descartar totalmente. Segundo os promotores, ele foi responsável por muitas das transferências de dinheiro que financiaram os atentados nos EUA. E ele admitiu ter sido treinado no Afeganistão.


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