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ÁSIA
Pesquisas indicam que partido do atual premiê deve sair vitorioso; votos só começam a ser compilados em 13 de maio
Começa na Índia "a maior eleição do mundo"
DA REDAÇÃO
Cerca de 660 milhões de indianos começam hoje uma maratona eleitoral que segue até 10 de
maio para escolher os 543 legisladores que ocuparão a Câmara
Baixa do Parlamento nos próximos cinco anos e, conseqüentemente, um novo premiê.
Pesquisas indicam que o atual
ocupante do cargo, Atal Behari
Vajpayee, 79, deve obter seu terceiro mandato com relativa facilidade sobre Sonia Gandhi, 52, viúva de Rajiv Gandhi e líder do Partido do Congresso, que por anos
dominou a política indiana.
Vajpayee, cujo BJP (Partido
Bharatiya Janata) lidera uma ampla coalizão, consolidou seu já extenso apoio popular sobre um impressionante crescimento econômico e uma bem-sucedida política externa, cujo foco é a aproximação com o vizinho e rival nuclear Paquistão.
Além disso, beneficiou-se da
fragilidade da oposição, que tem
em Gandhi uma líder reticente
que se, por um lado, carrega um
sobrenome reverenciado, por outro, vê em sua origem italiana um
ponto obscuro entre os eleitores.
As pesquisas mais recentes, divulgadas pela revista "India Today", mostram que a coalizão governista deve ficar com 282 dos
543 assentos no Parlamento, pouco mais da metade necessária para governar. Mas a vantagem do
partido vem diminuindo -pesquisas em janeiro indicavam a
conquista de 335 cadeiras.
Economia forte
No ano passado, o PIB (Produto
Interno Bruto) indiano saltou
10,4%, para US$ 510 bilhões, puxado por uma indústria de tecnologia da informação que se firmou entre as maiores do mundo.
A dificuldade do governo tem
sido traduzir o vigor financeiro
em indicadores sociais positivos,
já que a Índia é só a 127ª no ranking de desenvolvimento humano da ONU. O crescimento econômico fez da homogeneização
da sociedade uma demanda premente num país, na prática, ainda
dividido em castas.
A secularidade é outro ponto da
agenda eleitoral. O debate tem
privilegiado a maior convergência entre a maioria hindu (80%) e
a minoria muçulmana (14%), e o
BJP, cuja forte posição nacionalista hindu há anos implica numa
relação tensa com os muçulmanos, adotou desta vez um discurso mais moderado.
Ainda assim, a oposição segue
acusando o governo de ter arraigada uma inclinação contrária
aos 120 milhões de muçulmanos
indianos e de representar uma
ameaça ao caráter secular do país.
A votação de hoje abarca 13 dos
29 Estados indianos -incluindo
Jammu e Caxemira, palco de confrontos entre separatistas muçulmanos e forças do governo, e Gujarat, onde as tensões entre hindus e muçulmanos se transformaram em embates sangrentos
há dois anos. Jharkhand, Bihar e
Andhra Pradesh -onde atuam
milícias esquerdistas- também
são foco de atenção.
Para evitar a violência, a segurança será reforçada durante o
pleito. A Comissão Eleitoral disse
ter tomado todas as "precauções
adequadas para que todos os eleitores exerçam livremente e sem
medo seus direitos".
Com agências internacionais
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