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RÚSSIA
Lei que amplia poder de agência de segurança passa no Senado
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A Câmara Alta do Parlamento russo aprovou ontem,
por 121 votos a 1, uma lei que
amplia os poderes da agência de inteligência FSB (sucessora da soviética KGB),
medida criticada pela oposição e por grupos de direitos
humanos no país.
A lei permite à FSB "advertir" suspeitos de "criar condições favoráveis" para crimes
contra a segurança da Rússia
e prender ou multar (em até
50 mil rublos, equivalentes a
R$ 2.900) pessoas ou empresas que criem "obstáculos"
ao trabalho da agência.
Aprovada também pela
Câmara Baixa, a medida
aguarda sanção do presidente Dmitri Medvedev, que já
manifestou apoio à lei.
Ativistas dos direitos humanos afirmam que a lei pode ser usada para intimidar a
oposição e legitimar prisões
arbitrárias. "É uma lei draconiana reminiscente de nosso
passado repressor", disse
Boris Nemtsov, líder do grupo opositor Solidariedade.
"Essa lei [dará] poder absoluto aos serviços secretos",
criticou Serguei Ivanenko,
do partido Yabloko.
A medida foi introduzida
na pauta parlamentar algumas semanas após os atentados contra o metrô russo, que
mataram 40 pessoas em março. O crime foi atribuído a
duas mulheres-bomba supostamente armadas por rebeldes tchetchenos, e, na
ocasião, Medvedev pediu
ações "mais cruéis" contra
extremistas do Cáucaso.
O antecessor de Medvedev
e atual premiê russo, Vladimir Putin, foi agente da KGB
e depois chefe da FSB.
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