São Paulo, Terça-feira, 20 de Julho de 1999
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O ESPECIALISTA
Para piloto, vôo era arriscado

especial para a Folha

"Eu, com a minha experiência, não entraria em um monomotor para um vôo noturno como esse", afirma o comandante João Frederico Hollerbach Neto, que tem experiência de 15 mil horas de vôo, mais de 2.000 delas só com aviões monomotores.
"Foi, definitivamente, um vôo de risco. John Kennedy Jr. era um piloto ainda muito inexperiente para fazer um vôo noturno", afirma o comandante Hollerbach.
Um dos motivos citados pelo piloto é a imprevisibilidade do tempo. Apesar de a previsão meteorológica nos EUA ter a precisão de minutos, as mudanças nessa época do ano podem ser bruscas. Em casos assim, "experiência e calma do piloto podem ser a diferença entre a vida e a morte".
Outro motivo é a distância: o resgate poderia funcionar com maior eficiência em áreas de até 100 km do aeroporto de saída. O vôo de Kennedy Jr. tinha a previsão de cerca de 320 km.
A aterrissagem forçada na água seria tão difícil quanto na terra. "O impacto é praticamente o mesmo", completa.
Segundo o comandante, não haveria a necessidade de um co-piloto para o vôo, exigência que só é feita para o táxi aéreo.
O avião também deveria carregar material de sobrevivência no mar, como bote, colete salva-vidas e sinalizador. Muitas vezes, o dono do avião "não gosta de carregar esse equipamento por achar que ocupa espaço".
(RODRIGO UCHÔA)


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