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O ESPECIALISTA
Para piloto, vôo era arriscado
especial para a Folha
"Eu, com a minha experiência,
não entraria em um monomotor
para um vôo noturno como esse",
afirma o comandante João Frederico Hollerbach Neto, que tem experiência de 15 mil horas de vôo,
mais de 2.000 delas só com aviões
monomotores.
"Foi, definitivamente, um vôo
de risco. John Kennedy Jr. era um
piloto ainda muito inexperiente
para fazer um vôo noturno", afirma o comandante Hollerbach.
Um dos motivos citados pelo
piloto é a imprevisibilidade do
tempo. Apesar de a previsão meteorológica nos EUA ter a precisão de minutos, as mudanças nessa época do ano podem ser bruscas. Em casos assim, "experiência
e calma do piloto podem ser a diferença entre a vida e a morte".
Outro motivo é a distância: o
resgate poderia funcionar com
maior eficiência em áreas de até
100 km do aeroporto de saída. O
vôo de Kennedy Jr. tinha a previsão de cerca de 320 km.
A aterrissagem forçada na água
seria tão difícil quanto na terra.
"O impacto é praticamente o
mesmo", completa.
Segundo o comandante, não
haveria a necessidade de um co-piloto para o vôo, exigência que
só é feita para o táxi aéreo.
O avião também deveria carregar material de sobrevivência no
mar, como bote, colete salva-vidas e sinalizador. Muitas vezes, o
dono do avião "não gosta de carregar esse equipamento por achar
que ocupa espaço".
(RODRIGO UCHÔA)
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