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"A VIDA É NORMAL"
Herdeiro gostava de jogar futebol
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
da Reportagem Local
Levar uma vida normal era
uma obsessão para John Kennedy Jr.. Em 3 de setembro de
1997, logo após a morte da princesa Diana, o editor da revista
"George" deu uma entrevista
exclusiva à Folha, no 41º andar
de um prédio na Broadway, em
Nova York.
Na ocasião, ele afirmou que a
sociedade deveria estabelecer limites entre o público e o privado, evitando que a vida de personalidades, como a de Diana e
a de sua mãe, a primeira-dama
Jacqueline Kennedy Onassis,
que morrera em 94, fosse transformada num inferno.
Kennedy Jr., como gostava de
ser chamado, fez severas críticas
a publicações que abrem espaço
para todos os tipos de fofoca, dizendo que há diversos órgãos de
imprensa que inventam notícias
para vender.
A história de sua mãe, por
quem o editor mostrava adoração, foi usada como exemplo.
Segundo ele, a maioria das biografias feitas sobre ela não deveria ser comprada pelo público.
"Sei que as pessoas se interessam por fofoca, mas, se souberem que boa parte do que lêem é
mentira, pararão de comprar",
disse na ocasião.
Apesar dos problemas com os
paparazzi, Kennedy Jr. alegrava-se de viver "mais ou menos"
como um cidadão comum, conforme sua mãe lhe ensinara.
Também o escritório da
"George" estava longe de ser
imponente. A secretária, por
exemplo, que afirmou à Folha,
ainda sem a presença do editor,
que adorava o filho do presidente, "o mais atencioso, educado e
brincalhão" do andar, era compartilhada pela "George" com
pelo menos outras três empresas.
Para o trabalho, Kennedy Jr. ia
normalmente de bicicleta. Nos
fins-de-semana, costumava ir
com seus três sobrinhos, filhos
da irmã Caroline, ao Central
Park, para fazer um piquenique.
No final da tarde, não era impossível encontrá-lo jogando
futebol com grupos de latinos
-não o futebol americano, mas
o "soccer", tão praticado no
Brasil. Seus companheiros de time chamavam-no simplesmente de "John".
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