São Paulo, Terça-feira, 20 de Julho de 1999
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"A VIDA É NORMAL"
Herdeiro gostava de jogar futebol

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
da Reportagem Local

Levar uma vida normal era uma obsessão para John Kennedy Jr.. Em 3 de setembro de 1997, logo após a morte da princesa Diana, o editor da revista "George" deu uma entrevista exclusiva à Folha, no 41º andar de um prédio na Broadway, em Nova York.
Na ocasião, ele afirmou que a sociedade deveria estabelecer limites entre o público e o privado, evitando que a vida de personalidades, como a de Diana e a de sua mãe, a primeira-dama Jacqueline Kennedy Onassis, que morrera em 94, fosse transformada num inferno.
Kennedy Jr., como gostava de ser chamado, fez severas críticas a publicações que abrem espaço para todos os tipos de fofoca, dizendo que há diversos órgãos de imprensa que inventam notícias para vender.
A história de sua mãe, por quem o editor mostrava adoração, foi usada como exemplo. Segundo ele, a maioria das biografias feitas sobre ela não deveria ser comprada pelo público. "Sei que as pessoas se interessam por fofoca, mas, se souberem que boa parte do que lêem é mentira, pararão de comprar", disse na ocasião.
Apesar dos problemas com os paparazzi, Kennedy Jr. alegrava-se de viver "mais ou menos" como um cidadão comum, conforme sua mãe lhe ensinara.
Também o escritório da "George" estava longe de ser imponente. A secretária, por exemplo, que afirmou à Folha, ainda sem a presença do editor, que adorava o filho do presidente, "o mais atencioso, educado e brincalhão" do andar, era compartilhada pela "George" com pelo menos outras três empresas.
Para o trabalho, Kennedy Jr. ia normalmente de bicicleta. Nos fins-de-semana, costumava ir com seus três sobrinhos, filhos da irmã Caroline, ao Central Park, para fazer um piquenique.
No final da tarde, não era impossível encontrá-lo jogando futebol com grupos de latinos -não o futebol americano, mas o "soccer", tão praticado no Brasil. Seus companheiros de time chamavam-no simplesmente de "John".


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