São Paulo, Terça-feira, 20 de Julho de 1999
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ORIENTE MÉDIO
Governo teria pedido cessar-fogo a terroristas baseados em solo sírio
Síria pressiona grupos anti-Israel

das agências internacionais

A Síria pediu a grupos extremistas palestinos baseados em Damasco (capital síria) que interrompam sua luta armada contra Israel porque o país pretende fazer a paz com o vizinho, disseram membros dos grupos à agência "Reuters" e à rede de TV CNN.
Um porta-voz dos grupos depois negou a informação.
Segundo os primeiros relatos, o vice-presidente sírio, Abdel-Halim Khaddam, se reuniu com os líderes dos grupo palestinos e disse que eles "teriam de depor suas armas, formar partidos políticos e atuar em áreas sociais", segundo um dos membros dos grupos, que pediu para não ser identificado.
Ele disse que o pedido sírio também foi feito ao grupo extremista islâmico libanês Hizbollah, que luta contra a ocupação israelense no sul do Líbano. Um porta-voz do Hizbollah negou.
Membros da comitiva do premiê israelense, Ehud Barak, que visita Washington, disseram que estavam checando a informação.
Se confirmada, seria o maior sinal sírio da determinação do presidente Hafez al Assad de assinar acordo de paz com Israel após quase dez anos negociações. Ontem, Al Assad se reuniu em Damasco com o premiê espanhol, José María Aznar, que prometeu empenho de seu país na busca pela paz no Oriente Médio.
Grupos palestinos baseados em Damasco se opõem ao processo de paz árabe-israelense. A Síria vem dando sinais positivos a Israel desde a eleição de Barak, em maio. O país exige que Israel devolva as colinas do Golã, tomadas em 1967.
Barak disse na semana passada que pretende fechar acordos de paz com a Síria e o Líbano em 15 meses. A Síria mantêm mais de 30 mil soldados no Líbano e controla o governo libanês.
Fadhl Sharouro, porta-voz da aliança de grupos palestinos que rejeitam o processo de paz negou que tenha havido o pedido sírio. Confirmou o encontro com o vice-presidente Khaddam, mas disse que foi uma reunião de rotina.
Em entrevista coletiva concedida junto com Barak, o presidente dos EUA, Bill Clinton, disse que as iniciativas sírias para se distanciar do terrorismo são bem-vindas.


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